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Viana do Castelo homenageia primeiro traje certificado

O traje à Vianesa, o primeiro do país a obter certificação, vai estar em destaque no cortejo histórico etnográfico da Romaria d'Agonia, sábado, em Viana do Castelo, com a participação de três mil figurantes e 33 carros alegóricos.

Viana do Castelo homenageia primeiro traje certificado
Notícias ao Minuto

13:32 - 17/08/17 por Lusa

Cultura Festa

"O cortejo vai realçar a importância do traje à Vianesa na história de Viana do Castelo. O desfile vai permitir a quem assista perceber o contexto do aparecimento do traje, desde a sua utilização pelas mulheres da aldeia durante os trabalhos agrícolas até à produção, entre outros momentos", explicou, hoje, à Lusa o antropólogo Hermenegildo Viana, responsável pelo cortejo.

Ao longo de um percurso de 2.300 metros, que demora praticamente três horas a completar, desfilam pelas ruas da cidade mais de 30 carros alegóricos, distribuídos pelas componentes histórica e etnográfica, envolvendo representações das 40 freguesias do concelho.

A preparação começa meses antes. Escolhido o tema e desenhados os carros, os artistas de serrilharia, carpintaria, modelação e pintura põem mãos à obra.

O cortejo começou a realizar-se 1908 com a então designada Parada Agrícola. É um dos pontos alto da romaria a que assistem, normalmente, segundo números da organização, cerca de 400 mil pessoas.

A certificação do traje à Vianesa, com origem no século XIX, foi iniciada em 2013 e concluída, em dezembro de 2016, com a publicação em Diário da República.

"Foi a primeira vez que um traje completo foi certificado. Nunca tinha acontecido e teve que ser montada toda uma logística, todo um esquema para poder dar resposta a essa necessidade. Foi por isso que demorou mais tempo", afirmou, na altura a vereadora da Cultura daquela autarquia, Maria José Guerreiro.

O processo de certificação foi adjudicado pela câmara municipal à Associação "Portugal à Mão", em maio de 2013. O pedido de registo foi formalizado pela autarquia em junho de 2015. Na ocasião, o executivo justificou a decisão de certificar o traje com a necessidade de evitar a "confusão" e a "apropriação" do mesmo por outras regiões.

O traje assume-se como um símbolo tradicional da região, nas suas várias formas, consoante a ocasião e o estatuto da mulher. Em linho e com várias cores características, onde sobressai o vermelho e o preto, foi utilizado até há cerca de 120 anos pelas raparigas das aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo.

Os exemplares que ainda hoje se conservam, alguns nas mesmas famílias, terão mais de 60 anos.

As características deste traje, como o seu colorido e a profusão de elementos decorativos, permitem identificar facilmente a região de origem, no concelho, motivo pelo qual se transformou, segundo os especialistas, "num símbolo da identidade local".

Usado em dias de festa e na Romaria de Nossa Senhora d'Agonia, os trajes vermelhos, azuis, verdes e os de dó eram maioritariamente usados pelas raparigas solteiras.

Após o casamento, em regra passavam a usar o fato de pano, também apelidado de traje das velhas, apenas por ter caído em desuso.

A edição 2017 da Romaria da Agonia decorre entre 17 e 20 de agosto.

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