Emoção e tensão no Brasil. Lula da Silva vai entregar-se depois da missa
Depois de ter falhado o prazo dado pelo juiz federal para se entregar, esta sexta-feira, Lula da Silva e a Polícia Federal chegaram a acordo: o ex-presidente do Brasil vai entregar-se este sábado, depois da missa em memória da mulher, que completaria hoje 68 anos.
© Reuters
Mundo Brasil
Depois de o juiz Sérgio Moro ter decretado prisão, no seguimento da rejeição do habeas corpus, Lula da Silva, tinha até às 21 horas (17 horas em Portugal) desta sexta-feira para se entregar à Polícia Federal.
À medida que as horas passavam, e milhares de apoiantes se concentravam, formando um cordão humano à porta do reduto do ex-presidente, a tensão e a emoção cresciam.
Reunido com os seus advogados e responsáveis do partido, na sede sede do Sindicato dos Metalúrgicos, eis que se ficara a conhecer a estratégia da defesa: Lula recusava entregar-se. E assim foi. O prazo determinado pelo juiz federal chegara ao fim, dando lugar a uma maratona de negociações.
Receando um aumento do clima de crispação com a justiça, os familiares do histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) defendiam que este se entregasse às autoridades.
A ideia inicial defendida por Lula e pelo PT era que a Polícia Federal fosse ao Sindicato dos Metalúrgicos deter o ex-presidente, um cenário descartado pelas autoridades, que recearam a escalada de violência causada por uma intervenção policial no local, cheio de manifestantes pró-Lula.
Antes disso, o Supremo Tribunal Federal (STF), que na quarta-feira votou contra o habeas corpus (seis contra cinco), votou, novamente esta sexta-feria, contra a possibilidade de Lula da Silva ficar em liberdade enquanto aguarda que se esgotem todos os recursos de que dispõe na justiça.
Nas ruas de várias cidades continuava a crescer a multidão, envolta na emoção do momento em que as palavras de ordem eram de apoio ao antigo líder do PT, presidente do Brasil durante oito anos. Alguns apoiantes mantiveram-se em vigília na escadaria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante a madrugada. Noite dentro, a multidão deambulou entre o som do samba e os gritos de guerra. 'Lula Livre' e 'Lula Guerreiro, do Povo Brasileiro', entoavam os milhares de manifestantes.
Lula da Silva, saliente-se, não é considerado foragido. Juristas ouvidas pela TV Globo afirmaram que o facto de Lula não se ter entregado não constitui um desrespeito à justiça, uma vez que a sua entrega, determinada por Sérgio Moro, era uma oferta que poderia ou não ser aceite pelo ex-presidente. O mandado de prisão será cumprido quando tal for decidido pela Polícia Federal e pelo juiz Sérgio Moro.
Tal, noticia a Folha de São Paulo, vai acontecer este sábado, na sequência de um acordo alcançado depois de uma maratona de negociações entre defesa e a Polícia Federal. O ex-presidente do Brasil vai então entregar-se de forma voluntária, depois de assistir à missa em memória da sua Marisa Letícia, falecida em fevereiro de 2017. A cerimónia está marcada para as 9h30 da manhã (quando forem 13h30 horas em Portugal).
De acordo com o mesmo jornal, o ex-presidente pretende evitar confrontos entre militantes e os agentes que irão ser enviados para o deter. Assim, e conforme o acordado com os advogados, a Polícia Federal irá enviar um carro descaracterizado até Sindicato dos Metalúrgico, onde Lula da Silva está desde a passada quinta-feira.
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