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Dois mortos na sede da oposição do Gabão após eleições

Duas pessoas morreram e mais de 12 ficaram feridas quando as forças de segurança do Gabão entraram na sede da oposição hoje de manhã, depois da controversa reeleição do Presidente Ali Bongo.

Dois mortos na sede da oposição do Gabão após eleições
Notícias ao Minuto

07:33 - 01/09/16 por Lusa

Mundo Libreville

Milhares de manifestantes saíram à rua em Libreville, acusando o Governo de fraude eleitoral, depois de Bongo ter sido reeleito Presidente por uma estreita margem, contra o rival Jean Ping.

Nas ruas ouve-se o som de tiros e nuvens de fumo saem do parlamento em chamas, incendiado pelos manifestantes que entraram em confrontos com a polícia, causando seis feridos.

As forças de segurança rodearam a sede da oposição durante a noite e entraram no edifício, matando duas pessoas e ferindo mais de uma dúzia, segundo disse a Ping uma fonte de dentro do edifício.

"Atacaram pelas 01:00 (mesmo hora em Lisboa). É a guarda republicana. Estavam a bombardear com helicópteros e depois atacaram em terra. Há 19 feridos, alguns muito graves", disse ao início da madrugada Jean Ping, candidato presidencial da oposição, que não estava na sede.

O presidente do partido opositor União Nacional, Zacharie Myboto, que se encontrava dentro do edifício cercado, desceveu que as forças de segurança estavam a lançar bombas de gás lacrimogéneo e abriram fogo.

"Durante quase uma hora o edifício ficou cercado. Querem entrar no edifício (...) é extremamente violento", afirmou.

Um porta-voz do Governo disse que a operação tinha como objetivo apanhar os "criminosos" que tinham incendiado o edifício do parlamento.

"Pessoas armadas que pegaram fogo ao parlamento tinham-se reunido na sede de Jean Ping, juntamente com centenas de vândalos (...) não eram manifestantes políticos mas sim criminosos", disse Alain-Claude Bilie-By-Nze.

Uma forte presença militar e policial levou a uma paralisação de vastas zonas de Libreville, onde o acesso à Internet foi cortado.

"As pessoas do Gabão estão em perigo. Eles [comunidade internacional] devem vir e ajudar-nos [a lutar] contra o clã [de Bongo]", disse Ping à agência AFP.

Segundo os resultados oficiais, o chefe de Estado gabonês cessante venceu as eleições presidenciais com 49,80% dos sufrágios, derrotando Ping (48,23%) por 5.594 votos num universo de 627.805 votantes inscritos.

A oposição contesta os números e exigiu, em vão, uma contagem dos boletins de voto em cada uma das assembleias de voto.

Também a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, e o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Marc Ayrault, pediram às autoridades gabonesas a divulgação dos resultados de todas as assembleias de voto do país, em vez de apenas os totais nacionais, por terem dúvidas quanto à transparência do escrutínio.

Uma preocupação que não é partilhada pelo Presidente reeleito, que já veio a público para se congratular com uma eleição "exemplar", "com paz e transparência".

"Quero falar sobre a nossa principal vitória: esta eleição é exemplar", declarou Ali Bongo no seu primeiro discurso após o anúncio da Comissão Eleitoral Nacional, saudando "o povo gabonês, que votou com paz e transparência".

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