Xi, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), o cargo mais importante no país, e presidente da Comissão Militar Central (CMC), reforça assim a sua autoridade no seio do Exército de Libertação Popular (ELP).
Desde que ascendeu ao topo da hierarquia chinesa, em 2012, Xi tornou-se o mais forte líder que a China conheceu nas duas últimas décadas.
Vários altos quadros do ELP, visto como intocável até então, foram atingidos pela campanha anticorrupção lançada pelo atual líder chinês, entre os quais dois antigos vice-presidentes da CMC, Guo Boxiong e Xu Caihou.
"O novo comando deve ser absolutamente leal, hábil nas batalhas, eficiente na gestão e valente e capaz de ganhar guerras", disse Xi na quarta-feira, à margem de uma visita ao centro de comando, noticiada pela imprensa oficial.
O dirigente chinês explicou ainda a diferença entre o seu posto como presidente da CMC e o seu novo cargo como comandante-em-chefe.
"A CMC é responsável pela gestão do ELP e a sua estratégia de defesa, enquanto o comando de batalha se centra nas estratégias de combate", realçou.
A aparição de um líder chinês em uniforme militar, frequente durante as chefias de Mao Zedong, o fundador da República Popular, e Deng Xiaoping, caiu em desuso nas últimas décadas, à medida que os líderes chineses cultivaram uma imagem mais tecnocrata.
A assertividade de Xi Jinping reflete-se também na política externa: Pequim passou a reclamar abertamente a soberania de quase todo o Mar do Sul da China, construindo ilhas artificiais capazes de receber instalações militares em recifes disputados pelos países vizinhos.
No ano passado, Xi anunciou uma reforma do exército do país, o maior do mundo, para 2020, que inclui um corte de 300.000 efetivos, centrado sobretudo em pessoal administrativo.