Forças de segurança "transbordadas" a analisar possíveis terroristas
O investigador e perito em terrorismo internacional do Instituto Elcano Fernando Reinares considerou hoje "razoável" pensar que as forças de segurança belgas e francesas estão "transbordadas" pelos prováveis terroristas regressados de experiências no estrangeiro.
© Reuters
Mundo Peritos
Em declarações à Efe RV, Reinares estimou que na Bélgica podem existir cerca de 600 indivíduos que foram para junto do grupo que se designa por Estado Islâmico, dos quais cerca de um quarto já regressou, "e nem todos estão na prisão".
Para Reinares, os atentados perpetrados hoje em Bruxelas são a "última expressão (deste tipo) de terrorismo que se abate sobre a Europa desde há muitos anos".
Acentuou que foi durante a segunda metade de 2014 que o "suposto califado" decidiu estabelecer uma rede operacional para realizar atentados, que foi baseada na Bélgica.
Este país foi escolhido por três razões, desenvolveu o analista, apontando, em primeiro lugar, a maior facilidade para se desenvolver, dado o "constrangimento" que as forças de segurança belgas têm quando se trata de realizar operações antiterroristas, e porque em algumas comunidades "existe uma subcultura favorável".
A este propósito, destacou que, à semelhança da França, a Bélgica é um país com "uma estrutura social muito vulnerável", com "uma ampla coletividade muçulmana" e com segundas gerações com problemas de "inserção social" e "convivência".
Em segundo lugar, porque experimentou níveis muito elevados de radicalização nos últimos anos, em relação à população total e à de ascendência muçulmana.
"Nenhum outro país da União Europeia (UE) produziu tantos combatentes terroristas estrangeiros na Síria e no Iraque, os quais na sua maioria aderiram ao (grupo que se designa por) Estado islâmico", enfatizou.
Em terceiro lugar, a Bélgica é "o coração da UE" e em muitos sentidos é "um símbolo muito especial".
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