Relator da ONU critica violações dos direitos humanos em Israel
O relator especial da ONU para os territórios palestinianos, que se demitiu recentemente, criticou hoje Israel pela falta de processos contra quem viola os direitos dos palestinianos.
© Reuters
Mundo Diplomata
Makarim Wibisono, que assumiu o cargo em junho de 2014, apresentou o último relatório perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU. Em janeiro passado, o indonésio anunciou a demissão do cargo por Israel nunca o ter autorizado a entrar nos territórios palestinianos.
Wibisono sucedeu ao norte-americano Richard Falk, que Israel também não autorizou a entrar nos territórios palestinianos.
"Esta falta de cooperação parece infelizmente assinalar a continuação de uma situação na qual os palestinianos sofrem diariamente violações dos direitos humanos sob a ocupação israelita", declarou Wibisono, denunciando perante o Conselho a falta de procedimentos legais contra autores e responsáveis por estas violações.
O representante israelita, que acusou repetidamente o Conselho dos Direitos Humanos e o relator de parcialidade, não estava presente na sala durante o debate.
O embaixador israelita Eviatar Manor justificou a ausência em comunicado. "Enquanto o Conselho não se submeter a uma terapia comportamental para tratar a obsessão em relação a Israel, não iremos cooperar com mecanismos parciais".
O representante da União Europeia, o diplomata dinamarquês Peter Soerensen, lamentou que Israel não tenha autorizado a visita de Wibisono aos territórios palestinianos e criticou o mandato do relator por se ter "limitado a investigar as violações de Israel".
Israel, Jerusalém e os territórios palestinianos são palco de uma nova vaga de violência. Pelo menos 200 palestinianos, 28 israelitas, dois norte-americanos, um eritreu e um sudanês morreram desde 01 de outubro passado, de acordo com uma contagem da agência noticiosa France Presse (AFP).
A maioria dos palestinianos mortos foi o autor ou alegado autor de ataques contra israelitas, quase diários ao longo dos últimos cinco meses.
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