Sánchez pôs parlamento "ao serviço da sua sobrevivência" política
O presidente do governo em funções, Mariano Rajoy, afirmou hoje que o candidato socialista à investidura, Pedro Sánchez, pôs o parlamento "ao serviço da sua sobrevivência", ao apresentar-se sem o apoio necessário, e realçou que "isso também é corrupção".
© Reuters
Mundo Mariano Rajoy
"Não bloqueie mais a situação e deixe governar a quem os espanhóis deram mais confiança do que a si", apontou o líder do PP, que ganhou as eleições de 20 de dezembro (elegendo 123 deputados, mas sem maioria absoluta). No entanto, sem maioria, Rajoy recusou o convite do rei Felipe VI para formar governo, argumentando que não tinha apoios porque o PSOE se tinha recusado a negociar.
Os socialistas acusam o PP de ter bloqueado o parlamento, enquanto os "populares" devolvem a acusação aos socialistas, acrescentando que Pedro Sánchez o faz apenas para se manter "vivo" dentro do seu partido. Sánchez obteve o pior resultado da história do PSOE em eleições (90 assentos) e deverá entrar hoje na história da democracia espanhola como o primeiro candidato à investidura a não conseguir ser aprovado em duas votações.
"A sua festa chegou ao fim. O senhor perdeu as eleições, perdeu esta investidura", apontou Rajoy.
O dirigente popular também virou contra Sánchez as suas próprias palavras, nomeadamente a frase "neste parlamento não existe uma maioria de esquerda" e sim "uma maioria pela mudança".
"Aja em conformidade e respeite a vontade democrática dos espanhóis. Não os obrigue, por causa da sua obstinação e sectarismo, a terem de voltar a pronunciar-se a 26 de junho", disse Rajoy, numa referência à realização de novas eleições caso o parlamento não consiga eleger um presidente do Governo até ao dia 02 de maio.
O presidente dos "populares" também recordou o acordo de investidura que o PSOE assinou com o Ciudadanos (centro-direita, 40 deputados), afirmando que "pretende demolir a obra que o PP realizou ao longo dos últimos quatro anos" de legislatura.
"Estamos perante una autêntica contra-reforma. Isto é inaceitável quando foram essas políticas que permitiram superar o desastre em que vocês nos deixaram em 2011", realçou.
Pedro Sánchez perdeu na quarta-feira a primeira votação no Congresso dos Deputados (219 votos contra e 130 a favor). Na segunda votação, que decorrerá hoje a partir das 19:45 (menos uma hora em Lisboa), a abstenção do PP ou do Podemos seria suficiente para viabilizar a investidura, mas ambos os partidos já disseram que votarão "Não".
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