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Turquia desmente reforço das suas operações militares no Iraque

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, desmentiu hoje que o envio de soldados turcos para os arredores da província de Mossul anteceda uma eventual operação militar no Iraque, após as críticas de Bagdad que exigiu uma retirada imediata do contingente.

Turquia desmente reforço das suas operações militares no Iraque
Notícias ao Minuto

16:09 - 05/12/15 por Lusa

Mundo Ahmet Davutoglu

"O campo de Bashika, 30 quilómetros a norte de Mossul é um campo de treinos estabelecido em apoio dos voluntários que combatem o terrorismo", declarou Davitoglu em declarações transmitidas pela televisão.

Segundo a agência pró-governamental turca Antaloia, cerca de 150 soldados turcos, apoiados por 20 a 25 carros de combate, chegaram na sexta-feira aos arredores de Mossul, a segunda cidade do Iraque ocupada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), no âmbito de uma "missão de formação".

Os soldados turcos estão presentes há dois anos e meio no norte do Iraque, na sequência de um acordo assinado com as autoridades da região autónoma do Curdistão iraquiano.

"Não se trata de um novo campo [militar]", acrescentou Davutoglu, acrescentando que as suas tropas já formaram mais de 2.000 iraquianos e qualificando este novo envio de soldados como uma "rotação normal".

Previamente, o Iraque tinha exigido a retirada imediata das tropas que mantém no seu território, numa tentativa de garantir a soberania do país num momento em que recebe ajuda de diversos Estados contra o EI.

As forças turcas estão posicionadas numa zona sob controlo das forças curdas mas reivindicada pelo poder central em Bagdad, na província de Ninive (norte), controlada em grande parte pelos 'jihadistas' do EI.

Um alto responsável das forças curdas aliadas de Ancara também minimizou a presença das tropas turcas e referiu-se a uma operação de rotina no âmbito do treino de combatentes que se opõe ao EI. No entanto, um jornal turco garantiu que a sua presença está relacionada com um acordo destinado a estabelecer uma base permanente na região.

"As autoridades iraquianas apelam à Turquia que se retire de imediato do território iraquiano", indicou em comunicado o primeiro-ministro Haider al-Abadi, e definindo esta presença militar "uma séria violação da soberania iraquiana".

"Temos a confirmação que a Turquia enviou para território iraquiano tropas que se aproximam de um regimento blindado, acompanhadas por tanques e artilharia e pretensamente para treinar grupos armados, e sem um pedido ou a autorização das autoridades federais iraquianas", assinalou.

As forças da região autónima do Curdistão no norte iraquiano e as mobilizadas pelo governo federal combatem em simultâneo o EI, que ocupa vastas regiões do país, mas a cooperação entre os dois campos é muito negativa.

Em simultâneo, o dirigente do Curdistão, Massud Barzani, mantém boas relações com a Turquia, e que também dificultam as relações entre Ancara e o poder central de Bagdad.

Segundo o general Nureddin Herki, comandante dos peshmergas -- combatentes curdos iraquianos -- na região, as tropas turcas recém-chegadas substituíram os soldados presentes no setor de Zilkan. Uma força de proteção acompanhou os soldados antes de regressar à Turquia com o antigo contingente.

No entanto, diversos media turcos referiram-se a uma movimentação militar turca muito mais significativa que a mencionada pelo general curdo.

"Com 600 soldados, a Turquia está em vias de estabelecer uma base na localidade de Bashiga, na região de Mossul" -- uma cidade do norte iraquiano controlada pelo EI --, na sequência de um acordo concluído em novembro entre Barzani e o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Feridun Sinirlioglu, refere na sua primeira página o diário turco Hurriyet.

Os peshmergas estacionados na região de Bashiga são leais a Barzani.

O envio de tropas turcas é o último de um conjunto de desafios para o primeiro-ministro iraquiano, que esta semana declarou que qualquer envio de forças estrangeiras para território iraquiano seria considerado um "ato hostil".

O apelo de dois senadores norte-americanos para que seja triplicado o número de tropas dos EUA no Iraque, e o anúncio pelo secretário da Defesa, Ashton Carter, da intenção dos Estados Unidos de deslocarem forças especiais para este país e empenhadas no combate ao EI, colocaram Abadi sob forte pressão.

O chefe do executivo de Bagdad pretende demonstrar querer preservar a "soberania" do país, onde desde 2014 permanecem estacionados milhares de conselheiros norte-americanos.

E apesar de desejar o continuado apoio dos Estados Unidos, também enfrenta a hostilidade face aos norte-americanos das milícias xiitas locais, aliadas de momento às forças governamentais de Bagdad.

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