Entre 03 e 18 de agosto registaram-se em Espanha 1.149 mortes "atribuíveis à temperatura", indica a plataforma "MoMO" do Instituto de Saúde Carlos III, que monitoriza diariamente a mortalidade em Espanha.
O Instituto Carlos III referiu que, no mesmo período de 2024, morreram em Espanha 1.011 pessoas por razões atribuíveis às temperaturas.
O país viveu uma onda de calor de 16 dias consecutivos, entre 03 e 18 de agosto, considerada "a maior e mais longa" desde 1975, ano a partir do qual há registos comparáveis, disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Nestes 16 dias, as temperaturas em algumas regiões chegaram a alcançar os 45 ºC (graus Celsius).
Em julho, Espanha teve outra onda de calor durante a qual morreram cerca de 1.060 pessoas por causa das altas temperaturas, um aumento de mais de 50% comparando com o mesmo período de 2024, segundo dados e estimativas da plataforma "MoMo".
A ferramenta, gerida pelo Instituto Carlos III, regista diariamente o número de mortes em Espanha e compara com a mortalidade esperada com base em dados históricos.
Em seguida, incorpora fatores externos que podem explicar essa diferença, nomeadamente as altas temperaturas reportadas pela Agência Meteorológica Nacional (Aemet) espanhola.
O sistema não pode estabelecer causalidade absoluta entre as mortes registadas e as condições meteorológicas, mas os números representam a melhor estimativa do número de mortes cujas causas estão relacionadas com o calor.
Além das ondas de calor de julho e agosto, Espanha registou, este ano, o junho mais quente de que há registo no país, com uma temperatura média de 23,7 °C, indicou a Aemet.
A onda de calor das últimas semanas coincidiu também com grandes incêndios florestais no país, que continuam por controlar, sobretudo nas regiões de Galiza, Castela e Leão e Extremadura, no noroeste e no oeste de Espanha.
A área ardida até agora supera os 375 mil hectares e é já um recorde anual em Espanha, segundo dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
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