Um ataque com um drone ucraniano matou três pessoas, incluindo um soldado da Guarda Nacional, na cidade russa de Kursk, perto da fronteira com a Ucrânia, anunciou hoje o governador em exercício da região.
"Juntamente com um camarada, foram para a praia" ao longo de um rio na cidade de Kursk após o relato de um ataque de drone", disse Alexander Khinshtein, na plataforma de mensagens Telegram.
"O sargento começou a evacuar as pessoas e, nesse momento, ocorreu uma segunda explosão", referiu o governador, acrescentando que "os três mortos eram homens".
"Um total de sete pessoas ficaram feridas", explicou Khinshtein, acrescentando que cinco pessoas, incluindo uma criança de cinco anos, estavam em estado grave.
O governador denunciou um "ataque cruel e sem precedentes" num local que, segundo ele, estava longe de qualquer infraestrutura militar.
Na mesma região, um outro ataque com um drone feriu duas pessoas na cidade de Rylsk, informou Khinshtein.
O exército ucraniano conseguiu tomar centenas de quilómetros quadrados na região de Kursk, após uma ofensiva surpresa, lançada em agosto de 2024. Moscovo anunciou a recaptura do território em abril, após meses de combates.
Na capital ucraniana, Kyiv, uma mulher ficou ferida e foi hospitalizada após um ataque russo, informou hoje o chefe da administração militar da região de Kyiv, Mikola Kalashnik.
Esta troca de ataques surge um dia depois do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai enviar mais "armas defensivas" para a Ucrânia, uma semana depois de a Casa Branca ter suspendido a entrega de armamento a Kyiv.
"Teremos de enviar mais armas, principalmente armas defensivas", disse na segunda-feira Trump, manifestando insatisfação" com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"Estão a ser atingidos com muita, muita força", acrescentou o republicano, referindo-se à Ucrânia.
Horas depois, também o Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, confirmou que vai enviar mais armamento para a Ucrânia.
Em 02 de julho, o secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, suspendeu a entrega de armamento à Ucrânia, alegando preocupações com as reservas dos EUA.
Os fornecimentos suspensos incluem intercetores para os sistemas de defesa aérea Patriot, projéteis de artilharia guiados com precisão e mísseis que a força aérea ucraniana dispara a partir de aviões F-16 fabricados nos Estados Unidos.
A suspensão foi uma medida unilateral do secretário da Defesa, Pete Hegseth, de acordo com três conselheiros do Congresso e um antigo funcionário norte-americano ligado ao processo, citados na sexta-feira pela emissora NBC News.
Após o anúncio, Trump defendeu a suspensão como necessária e acusou o ex-presidente Joe Biden de "esvaziar todo o país dando-lhes armas [à Ucrânia]".
Biden prometeu fornecer mais de 65 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros) em ajuda militar à Ucrânia.
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