Trump fala em "caça às bruxas" a "amigo" Bolsonaro. Lula responde à letra

Donald Trump decidiu imiscuir-se na vida política brasileira para defender Jair Bolsonaro. O atual presidente do Brasil já reagiu, lembrando que não aceita interferências.

Bolsonaro, Trump

© Chris Kleponis-Pool/Getty Images)

Notícias ao Minuto com Lusa
08/07/2025 08:54 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Bolsonaro

Donald Trump decidiu interferir, esta segunda-feira, na atualidade política e judicial do Brasil, causando um reboliço de reações no seu país vizinho.

 

Tudo começou com uma publicação nas redes sociais, onde Donald Trump dirigiu vários elogios ao antigo presidente brasileiro Jair Bolsonaro, considerando-o, entre outras coisas, um “líder forte” e que “amava o seu país”.

"O Brasil está a fazer uma coisa terrível no tratamento dado ao antigo presidente Jair Bolsonaro. Eu assisti, tal como o mundo, ao facto de não terem feito outra coisa senão persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo", escreveu o republicano numa publicação na sua plataforma, a Truth Social, sem mencionar diretamente os processos judiciais nos quais o antigo presidente do Brasil está envolvido.

O norte-americano prossegue ainda, considerando que Bolsonaro está a ser alvo de uma "caça às bruxas”, garantindo que acompanhará “de perto” a situação que envolve o ex-governante.

Brasil “é soberano” e não precisa de “interferência”

As reações à publicação de Trump não se fizeram esperar, com Lula da Silva a remeter um comunicado curto, para avisar o norte-americano para não se meter onde não é chamado.

Para isso, lembrou que "a defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros”. 

“Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja", atirou, considerando que “ninguém está acima da lei”.

Também a ministra das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, aconselhou Donald Trump a "cuidar dos seus próprios problemas". 

"Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil", começou por escrever numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

Bolsonaro congratula-se com apoio americano

O responsável pela troca 'azeda' entre Trump e Lula também viria a público para mostrar a sua posição, aproveitando para salientar que a relação com Trump sempre se destacou por ambos defenderem "os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos".

"Convivi por dois anos com o presidente Trump, onde sempre defendemos os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos. Este processo ao qual respondo é uma aberração jurídica (Lawfare), clara perseguição política, já percebida por todos de bom senso", escreveu na sua conta de Twitter.

Jair Bolsonaro, recorde-se, é acusado de estar envolvido num golpe de Estado no país, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2022.

Além de Bolsonaro, são réus neste processo o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha brasileira Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno,  o ex-assessor da Presidência e delator do processo Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto.

Todos os réus foram pronunciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.

Bolsonaro tentava a reeleição e não aceitou a derrota nas urnas. Segundo a acusação, foi então elaborado um plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.

Leia Também: "Obrigado por existir". Bolsonaro agradece a Trump e retribui elogios

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