Casa Branca afirma que seria "difícil" Trump trabalhar com Mamdani

A Casa Branca afirmou hoje que seria "difícil" ao Presidente Donald Trump trabalhar com Zohran Mamdani, que classifica de "comunista" e contrário aos valores norte-americanos, se este for eleito autarca de Nova Iorque.

Casa Branca

© Getty Images

Lusa
30/06/2025 23:33 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Na sua conferência de imprensa diária, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou hoje que Trump quer "trabalhar com todos" e até "disse que trabalhará com a extrema-esquerda", mas traçou uma linha com Mamdani, jovem muçulmano que na semana passada ganhou a corrida às eleições de novembro pelo Partido Democrata, o que tem mais eleitores registados na metrópole.

 

"É comunista e condena todos os valores que definem este país: bom senso, lei e ordem, impostos baixos, trabalho árduo e uma vida digna", disse Leavitt quando questionada sobre Mamdani, que derrotou o rival mais forte, o ex-governador Andrew Cuomo, apoiado pela elite partidária.

Mamdani, acrescentou, "é contra tudo isto, e acho que o Presidente teria dificuldade em trabalhar com alguém assim se for eleito".

Questionado sobre a possibilidade de Mamdani, nascido no Uganda, poder perder a sua cidadania norte-americana devido a letras de música rap em que alegadamente "apoia o terrorismo" - como alega a congressista republicana Annie Oggles -- Leavitt remeteu para o Presidente.

"Não vi essas declarações, mas é claro que, a serem verdadeiras, é algo que deve ser investigado", adiantou.

Com apenas 33 anos, Mamdani, que era até há alguns meses praticamente desconhecido do grande público, conseguiu o feito de destronar Andrew Cuomo, que contava com o apoio de nomes poderosos do mundo da política e das finanças, como Bill Clinton e Michael Bloomberg, respetivamente.

Filho de indianos, Zohran Mamdani nasceu no Uganda e passou parte da infância na África do Sul, mas aos sete anos mudou-se com a família para Nova Iorque, onde passou a infância e a juventude.

Fundou uma filial dos "Estudantes pela Justiça na Palestina", um compromisso com a causa palestiniana que se tornou mais evidente durante a recente guerra em Gaza.

E foi precisamente essa defesa da causa palestiniana que lhe rendeu furiosos ataques das alas mais conservadoras, que o classificam como "antissemita", mas também de dentro do próprio Partido Democrata, numa cidade tão sensível à defesa de Israel como Nova Iorque - dada a importância numérica e económica da população judaica.

Quando entrou na corrida às primárias democratas no outono passado, Mamdani era um deputado da Assembleia estadual de Nova Iorque praticamente desconhecido, mas acabou a disparar nas sondagens, impulsionado por interações presenciais, vídeos virais nas redes sociais e propostas de políticas que parecem ter repercutido especialmente entre os eleitores mais jovens.

Os críticos consideram as suas propostas irrealistas, mas atacaram também o jovem político por motivos raciais, criticando a sua falta de conexão com a população negra da cidade.

Numa cidade amplamente democrata como Nova Iorque, o vencedor das primárias democratas é visto praticamente como o próximo autarca.

O atual 'mayor', Eric Adams, concorrerá desta vez como independente na eleição agendada para 04 de novembro.

Leia Também: Gaza? Trump recebe Netanyahu em julho para conversações sobre cessar-fogo

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