Ucranianos e russos sentam-se pela primeira à mesa das negociações desde a primavera de 2022, mas a ausência do presidente russo, Vladimir Putin, no encontro deixa esperanças mitigadas sobre eventuais progressos no sentido da assinatura de um acordo de paz.
"Esperamos que todas as partes envolvidas continuem as conversações e as negociações com vista a chegar a um acordo de paz justo, duradouro e vinculativo, aceitável para todas as partes, de forma a alcançar uma solução política para a crise ucraniana", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jean, numa conferência de imprensa.
Pequim, acrescentou, espera que uma "solução política" para a "crise na Ucrânia" possa ser alcançada em breve.
A China tem afirmado repetidamente que quer desempenhar um papel construtivo para alcançar a paz e sublinhou que a Europa deve ter uma palavra a dizer nas negociações de paz.
Desde o início da guerra, Pequim tem mantido uma posição ambígua sobre o conflito, apelando ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e à atenção às "preocupações legítimas de todos" os estados, referindo-se à Rússia.
Assim, opôs-se às sanções unilaterais contra Moscovo, embora o Ocidente tenha acusado a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que sempre negou, e de fornecer a Vladimir Putin componentes essenciais para produzir armas.
Os países europeus têm apelado repetidamente ao líder chinês Xi Jinping para usar a sua influência sobre o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para travar o conflito, embora alguns defendam que a China deu prioridade ao reforço das suas relações com a Rússia, da qual tem importado petróleo e gás a custos mais baixos.
Entretanto, o porta-voz Lin anunciou hoje que o vice-primeiro-ministro Zhang Guoqing visitará a Rússia de 19 a 22 de maio para uma reunião dos presidentes do Comité Intergovernamental de Cooperação entre o Nordeste da China e o Extremo Oriente na Rússia.
Comentando a visita, Lin recordou que Xi e Putin concordaram durante a última visita do líder chinês a Moscovo em "continuar a sua cooperação" e explorar formas de a promover "com maior vitalidade e vigor".
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