O decreto, lido na televisão nacional RTG, diz respeito a cerca de cinquenta licenças mineiras detidas por dezenas de empresas ativas na extração de bauxite, ouro, diamantes e grafite.
Os motivos da decisão não foram comunicados.
"A maioria das empresas em causa não estava a desenvolver nem a explorar as concessões que lhes tinham sido atribuídas", explicou à agência France Presse Oumar Totiya Barry, investigador do setor mineiro, na quarta-feira à noite.
Doumbouya começou por retirar as licenças a duas empresas mineiras locais, a Guiter Mining e a Kebo Energy SA, no passado dia 09, e no dia anterior, já tinha ordenado a retirada das licenças das empresas mineiras que não respeitavam o código mineiro do país, sem dar mais pormenores.
O general Doumbouya, que chegou através de um golpe militar que derrubou Presidente eleito Alpha Condé em setembro de 2021, fez da exploração dos recursos mineiros uma das prioridades da sua governação.
O subsolo da Guiné é rico em recursos naturais como a bauxite, o ferro, o ouro e os diamantes, mas os benefícios da respetiva exploração são notoriamente injustos, beneficiando maioritariamente as empresas e muito pouco a população.
Os especialistas apontam a insuficiência de investimentos no desenvolvimento de um tecido económico local, falta de infraestruturas essenciais, como estradas, a reputação de corrupção endémica e as lacunas da arquitetura legislativa do país, como as principais razões que fazem da Guiné Conakry, não obstante as suas riquezas naturais, um dos países mais pobres do mundo.
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