As associações de defesa das liberdades que apoiavam o seu pedido de libertação saudaram em comunicado "mais uma derrota do governo de Trump" nos seus ataques repetidos contra o mundo universitário e a liberdade académica.
Badar Khan Suri, de nacionalidade indiana, foi detido em 17 de março, frente à sua casa, no Estado da Virgínia, perto de Washington, onde trabalhava como investigar em relações internacionais na Universidade de Georgetown.
A sua esposa, de nacionalidade norte-americana, é filha de um antigo dirigente do Hamas e o governo acusou o esposo de "difundir propaganda" do grupo islamita palestiniano, o que os seus próximos negam.
A justiça tinha congelado imediatamente qualquer pretensão de expulsão e, desde então, Badar Khan Suri esteve detido em várias prisões dos serviços de imigração, designadamente no Estado do Texas.
Na quarta-feira, uma juíza federal da Virgínia ordenou a sua libertação "imediata", sob caução e controlo judicial, enquanto decorre o processo.
Isto representa "uma vitória ao mesmo tempo para Badar Khan Suri e a sua família, mas também para a luta pela democracia nos EUA e pelo Estado de Direito", reagiu, em declarações à AFP, Nader Hashemi, o diretor do seu centro de investigação em Washington.
Antes da decisão de quarta-feira, este tinha descrito a situação "verdadeiramente horrível" deste pai de família, durante a sua detenção.
"Nos seus primeiros 10 dias, ele foi de facto torturado, porque era obrigado a dormir em uma sala com uma televisão com o som alto durante 24 horas em cada 24, o eu o impedia de dormir, e com a luz acesa", detalhou.
Quando chegou a Georgetown, em 2023, fazia investigação sobre a construção da paz no Iraque e no Afegânis
Os seus defensores realçam que Badar Khan Suri não foi acusado de qualquer delito.
A decisão judicial de quarta-feira ocorre cinco dias depois de uma decisão similar a ordenar a libertação de Rumeysa Ozturk, uma estudante turca detida desde há um mês e meio, que se tornara um símbolo da vontade do governo Trump de anular o movimento de solidariedade com os palestinianos.
Leia Também: Fim de sanções à Síria é decisão "histórica e corajosa" de Trump