Romenos voltam às urnas com populista a liderar sondagens

A Roménia realiza no domingo eleições presidenciais, numa repetição da primeira volta, agora com caras novas, depois da decisão judicial inédita de anular a votação de novembro passado por suspeita de interferências russas e da exclusão do vencedor.

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© DANIEL MIHAILESCU/AFP via Getty Images

Lusa
02/05/2025 08:11 ‧ há 10 horas por Lusa

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Roménia

Ao escrutínio de domingo concorrem 11 candidatos, mas entre eles não está o vencedor surpresa da votação realizada em 24 de novembro: o candidato populista Calin Georgescu foi impedido pela autoridade eleitoral de concorrer, estando acusado pela justiça romena de seis crimes, incluindo atos inconstitucionais e falsas declarações financeiras.

 

Georgescu era, cerca de três semanas antes das eleições de novembro, um político relativamente desconhecido e as sondagens não lhe davam mais que 5% das intenções de voto.

Uma intensa campanha nas redes sociais, em particular na plataforma TikTok, atribuída à Rússia, catapultou Georgescu para a vitória na primeira volta, com cerca de 23%.

O Tribunal Constitucional anulou o escrutínio, dois dias antes da data prevista para a realização da segunda volta, uma decisão que Georgescu denunciou como "um golpe de Estado".

O afastamento de Georgescu abriu caminho para a candidatura de George Simion, do partido nacionalista Aliança para a União dos Romenos (AUR, segunda maior força política), que reúne o apoio da extrema-direita e que é agora considerado o favorito à vitória, com cerca de 30% das intenções de votos, segundo as sondagens.

Simion já tinha avançado em novembro, quando ficou em quarto lugar, com 13% dos votos.

Um antigo Estado comunista até ao final da Guerra Fria e hoje país-membro da União Europeia (UE) e da NATO, com uma importante posição geoestratégica face à vizinha Ucrânia, a Roménia votará este domingo se pretende manter a sua tradicional inclinação pró-Ocidente.

A Roménia é um regime semipresidencialista, no qual o chefe de Estado é responsável pela política externa. A eventual eleição de um eurocético -- como Simion -- está a ser vista com apreensão em Bruxelas, que antes respirou de alívio com o afastamento de Georgescu, segundo a imprensa internacional.

No polo oposto, o centrista Nicusor Dan, presidente da câmara de Bucareste, é um dos mais bem colocados para passar a uma segunda volta com Simion. Pró-europeu e pró-NATO, candidata-se por "Uma Roménia honesta".

O candidato apoiado pela coligação no poder, Crin Antonescu, é considerado como tendo hipótese de passar à segunda volta, prevista para dia 18, embora seja visto como o candidato do 'status quo'.

Um antigo primeiro-ministro, Victor Ponta, que se demitiu em 2015 após fortes protestos num escândalo de corrupção, é apontado como um dos potenciais opositores de Simion na segunda volta, assumindo-se como anti-UE e próximo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As eleições estão a ser acompanhadas por uma missão de observação do Escritório para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR, na sigla em inglês) da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Leia Também: Anulação e repetição da primeira volta das presidenciais divide romenos

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