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Morreu jornalista americano que esteve refém no Líbano nos anos 80

O correspondente da Associated Press Terry Anderson, um dos reféns mais antigos dos Estados Unidos, raptado numa rua do Líbano devastado pela guerra em 1985 e mantido preso durante quase sete anos, morreu hoje aos 76 anos.

Morreu jornalista americano que esteve refém no Líbano nos anos 80
Notícias ao Minuto

23:38 - 21/04/24 por Lusa

Mundo Óbito

Terry Anderson, que relatou o seu rapto e prisão tortuosa por militantes islâmicos no seu livro de memórias best-seller de 1993, "Den of Lions", morreu hoje em sua casa em Greenwood Lake, Nova Iorque, revelou hoje a agência de notícias Associated Press (AP) citando a filha do repórter, Sulome Anderson.

A causa da morte ainda é desconhecida, embora a filha tenha dito que Anderson foi submetido recentemente a uma cirurgia cardíaca.

Depois de regressar aos Estados Unidos em 1991, Anderson ensinou jornalismo em várias universidades, mas também se debateu com uma perturbação de stress pós-traumático, conta a AP.

Ganhou milhões de euros em bens iranianos congelados depois de um tribunal federal ter concluído que o país tinha responsabilidades na sua captura, mas acabou por perder tudo, tendo mesmo declarado falência, em 2009.

Em 1985, foi um dos vários ocidentais raptados por membros do grupo muçulmano xiita Hezbollah durante um período de guerra que mergulhou o Líbano no caos.

Na qualidade de correspondente principal da AP no Médio Oriente, Anderson fez reportagens durante vários anos sobre a crescente violência que assolava o Líbano, enquanto o país travava uma guerra com Israel e o Irão financiava grupos militantes que tentavam derrubar o governo.

Em 16 de março de 1985, num dia de folga, tinha feito uma pausa para jogar ténis com o antigo fotógrafo da AP, Don Mell, e estava a deixar Mell em casa quando sequestradores armados o arrastaram do carro.

O alvo terá sido, segundo ele, o facto de ser um dos poucos ocidentais ainda no Líbano e de o seu papel de jornalista suscitar suspeitas entre os membros do Hezbollah.

Seguiram-se quase sete anos de brutalidade, durante os quais foi espancado, acorrentado a uma parede, ameaçado de morte, muitas vezes com armas apontadas à cabeça e frequentemente mantido na solitária durante longos períodos de tempo.

Anderson foi o refém mais antigo de vários reféns ocidentais que o Hezbollah raptou ao longo dos anos, incluindo Terry Waite, o antigo enviado do Arcebispo de Cantuária, que tinha chegado para tentar negociar a sua libertação.

Segundo os seus relatos e os de outros reféns, era também o prisioneiro mais hostil, exigindo constantemente melhor alimentação e tratamento, discutindo religião e política com os seus captores e ensinando a outros reféns a linguagem gestual e onde esconder mensagens para poderem comunicar em privado.

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