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ACNUR insta Chipre a permitir chegada de refugiados sírios

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) instou hoje Chipre a não dificultar a chegada de embarcações com refugiados sírios, provenientes do Líbano, para respeitar as leis internacionais dos direitos humanos e não colocar vidas em risco.

ACNUR insta Chipre a permitir chegada de refugiados sírios
Notícias ao Minuto

21:38 - 19/04/24 por Lusa

Mundo Migrações

As autoridades cipriotas terão enviado navios de patrulha da polícia para fora das águas territoriais libanesas para impedir que os barcos carregados de refugiados sírios cheguem à ilha, a cerca de 180 quilómetros de distância.

A porta-voz do ACNUR em Chipre, Emilia Strovolidou, disse à Associated Press que, de acordo com testemunhos de familiares dos passageiros, as autoridades cipriotas "empurraram à força" as embarcações usando "violência" e "técnicas para as desestabilizar".

Strovolidou disse que a agência da ONU "não estava em posição de confirmar" esses testemunhos.

Segundo o Governo cipriota, o desmoronamento da economia libanesa e a incerteza provocada pela guerra entre Israel e o Hamas, bem como os recentes ataques entre Israel e o Hezbollah, no Líbano, levaram à chegada à ilha de um grande número de embarcações frágeis sobrecarregadas de imigrantes - quase todos sírios.

No início desta semana, uma patrulha cipriota terá intercetado cinco embarcações que transportavam centenas de refugiados e migrantes sírios.

As embarcações voltaram para trás e os passageiros desembarcaram em segurança.

Um alto funcionário cipriota negou veementemente que tenha sido utilizada qualquer forma de coerção para fazer com que as embarcações regressassem ao Líbano, insistindo que o governo cipriota não se envolve em quaisquer represálias e atua "totalmente de acordo com o direito internacional".

O funcionário, que falou sob condição de anonimato porque não pode revelar pormenores das operações em curso, rejeitou como "mentiras" as alegações de que as autoridades cipriotas recorreram ao uso de qualquer tipo de força.

Strovolidou disse que Chipre também é obrigado pelo direito internacional a não devolver indivíduos a qualquer país que possa, por sua vez, deportá-los para o seu país de origem, onde poderiam correr o risco de serem prejudicados ou perseguidos.

A representação do ACNUR no Líbano declarou em comunicado que tinha conhecimento de mais de 220 pessoas que tinham desembarcado no regresso no norte do Líbano na quarta-feira.

Destas, 110 eram refugiados registados no ACNUR e todos eles foram libertados.

Saadeddine Shatila, diretor executivo do Centro Cedar de Estudos Jurídicos, uma organização de direitos humanos sediada no Líbano que acompanha as questões relacionadas com a migração, disse que o seu grupo tinha informações de que o exército libanês tinha detido e possivelmente deportado sírios de pelo menos uma das embarcações de regresso que não estavam registados no ACNUR.

No passado, o exército libanês deportou ocasionalmente todos os sírios que se encontravam a bordo de embarcações de migrantes apreendidas, incluindo refugiados registados, uma prática que suscitou o protesto de organizações de direitos humanos.

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