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China suspende construção de duas barragens no Paquistão após atentado

As empresas chinesas suspenderam temporariamente a construção de duas grandes barragens hidroelétricas no norte do Paquistão, na sequência da morte, esta semana, de cinco engenheiros chineses num atentado suicida, disse hoje um responsável provincial.

China suspende construção de duas barragens no Paquistão após atentado
Notícias ao Minuto

10:41 - 29/03/24 por Lusa

Mundo Paquistão

As empresas solicitaram às autoridades paquistanesas que adotem novas medidas de segurança antes de retomarem a construção nestes dois locais, onde trabalham cerca de 1.250 trabalhadores chineses.

"A construção das empresas chinesas em dois grandes projetos, as barragens de Dasu e Diamer Bhasha, foi interrompida" a partir de quarta-feira, disse um alto funcionário do Ministério do Interior da província de Khyber Pakhtunkhwa, citado pela agência France Presse.

"As empresas pediram ao Governo paquistanês novos planos de segurança", acrescentou, sob condição de anonimato.

Cinco engenheiros chineses que trabalhavam na construção da barragem de Dasu, em Khyber Pakhtunkhwa, foram mortos na terça-feira, juntamente com o seu motorista paquistanês, num ataque suicida que visou o seu veículo numa estrada de montanha.

Nos últimos anos, Pequim investiu milhares de milhões de dólares no vizinho Paquistão, o seu aliado mais próximo na região. Mas o Paquistão tem tido dificuldade em garantir a segurança do pessoal chinês que trabalha nesses projetos.

A barragem de Dasu está a ser construída pelo grupo chinês Gezhouba e a de Diamer Bhasha, que atravessa Khyber Pakhtunkhwa e a região de Gilgit-Baltistan, pela Power China.

"Cerca de 750 engenheiros chineses estão empregados no projeto da barragem de Dasu e 500 em Diamer Bhasha", acrescentou a mesma fonte, afirmando que, de momento, não estão autorizados a abandonar os seus acampamentos perto dos dois locais.

A China não comentou este anúncio, mas pediu repetidamente ao Paquistão, esta semana, que garanta a segurança dos seus cidadãos.

Islamabade anunciou na quarta-feira que reforçou a segurança dos chineses que trabalham em cerca de vinte projetos de infraestruturas em Khyber Pakhtunkhwa.

O ministro da Informação, Attaullah Tarar, anunciou igualmente que todos os procedimentos de segurança seriam revistos a fim de "identificar e corrigir eventuais lacunas".

Ninguém reivindicou a autoria do atentado. O grupo talibã paquistanês Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), muito ativo na região e que já visou interesses chineses no passado, negou qualquer envolvimento.

Pequim condenou a "ação terrorista" e instou o Paquistão a "levar a cabo uma investigação exaustiva o mais rapidamente possível, a localizar os autores e a levá-los a tribunal".

Os interesses chineses têm sido frequentemente visados no Paquistão, nomeadamente na província de Baluchistão, no sudoeste do país. Esta província é rica em hidrocarbonetos e minerais, mas a sua população queixa-se de ser marginalizada e usurpada dos seus recursos naturais.

Leia Também: Pelo menos seis mortos em ataque suicida contra comboio no Paquistão

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