Empresa de Trump já perdeu 30% em bolsa desde que começou a cotar

A empresa de Donald Trump que controla a sua rede social Truth Social já perdeu 30% da capitalização bolsista desde a sua introdução em Wall Street há um mês.

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© Michael M. Santiago/Getty Images

Lusa
27/04/2024 06:50 ‧ 27/04/2024 por Lusa

Economia

Bolsa de Nova Iorque

A Trump Media & Technology Group (TMTG) entrou na praça nova-iorquina, onde passou a integrar o índice tecnológico Nasdaq, em 26 de março, através da fusão com uma empresa instrumental, chamada Digital World Acquisition Corp., criada com o único propósito de colocar em bolsa uma outra empresa.

A Efe recorda agora, em artigo assinado por Nora Quintanilla, que a esta empresa instrumental, designada SPAC na sigla em Inglês, passou de valer menos de 50 dólares por ação na véspera de começar a ser cotada para atingir os 70 dólares, depois de fundida com a TMTG.

Depois, houve mesmo umas horas em que chegou aos 79 dólares.

Foi uma boa notícia para Trump, o acionista maioritário, com uma participação em torno dos 60%, se bem que uma cláusula o impeça de vender ações até setembro, o que significa que o seu património está ligado à evolução da cotada e que esse dinheiro está bloqueado no momento em que precisa de liquidez.

Não obstante, os fundamentos financeiros que a TMTG divulgou até agora, e aqueles privilegiados por analistas e investidores, revelam uma imagem nada lisonjeira, com perdas de 58 milhões de dólares em 2023, previsões de resultados negativos futuros e ainda a exposição de fracos controlos internos.

Esta situação tornou a TMTG atrativa para os especuladores conhecidos como 'short-sellers', correspondentes a fundos ou indivíduos que ganham dinheiro com apostas na desvalorização de uma cotada e popularizaram i conceito de 'ação meme', aplicado a títulos voláteis como o GameStop ou o AMC.

Depois de começar o julgamento penal contra o ex-presidente em Nova Iorque, as ações da TMTG caíram 15% e voltaram a cair mais 10%, depois de ter divulgado de apostar na televisão em contínuo.

Em todo o caso, a expectativa com a entrada na bolsa da empresa de Trump, que começou por propulsionar a cotação, deu lugar a uma lógica de privilegiar o dinheiro mais do que a política, o que está a causar dores de cabeça aos diretores da TMTG.

O conselheiro-delegado da empresa, Devin Nunes, um antigo dirigente do Partido Republicano, pediu ajuda aos dirigentes do Nasdaq para enfrentar o que considera ser uma "manipulação" bolsista, acusando quatro firmas, que representam 60% do seu volume de transações.

Uma das visadas, o fundo de investimento Citadel, garantiu que segue a lei e chamou a Nunes "um perdedor proverbial", uma linguagem que tem uma história, uma vez que o dirigente da Citadel, Ken Griffith, apoiou a campanha de Nunes para o Congresso, antes de este a trocar pela Trump Media, e também apoiou Nikki Haley, que disputou com Trump a nomeação republicana para as próximas eleições presidenciais.

Disputas políticas e especulação bolsista à parte, a Trump Media fecha o seu primeiro mês com a ação a 40 dólares e uma capitalização de 5,770 mil milhões de dólares, um ponto intermédio entre o máximo inicial de 70 dólares e o mínimo de 22 dólares que registou quando começou o julgamento.

Trump enfrenta multas elevadas depois dos julgamentos por fraude da Organização Trump e por difamação contra a escritora E. Jean Carroll, bem como despesas com outros processos, sem esquecer a sua campanha como principal candidato republicano à Casa Branca.

Leia Também: Wall Street acaba semana em alta puxada pelas tecnológicas

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