A operação deixou "oito mortos e 17 feridos" nas fileiras do Estado Maior Central (EMC), o principal grupo dissidente das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), disse o comandante das forças militares na região de Cauca (sudoeste).
O general Federico Mejía disse que, de acordo com comunicações intercetadas entre os rebeldes, as vítimas foram registadas no desfiladeiro de Micay, um território montanhoso do interior da Colômbia que é um dos bastiões do EMC.
A chamada Operação Mantus levou ao destacamento de 32 mil soldados nas regiões de Nariño, Cauca e Valle do Cauca, situadas ao longo da costa do Pacífico e nas principais áreas de produção de cocaína.
Mejía disse que, desde o início da ofensiva militar, em 20 de março, foram registados "combates constantes" e "11 operações alargadas" contra o EMC, que rejeita o acordo de paz de 2016.
"Foram mobilizados meios aéreos, nomeadamente helicópteros e drones" para "proteger a população civil e antecipar qualquer ação que estes grupos criminosos possam pretender levar a cabo", disse o chefe do exército, o general Helder Giraldo.
A operação foi lançada três dias depois de o Governo ter suspendido um cessar-fogo bilateral que durava desde outubro com o EMC. Isto depois do grupo ter atacado uma comunidade indígena, também na região de Cauca, causando um morto e dois feridos.
Tal como muitas regiões isoladas da Colômbia, o desfiladeiro de Micay historicamente não tem tido qualquer presença estatal.
De acordo com jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP), no sábado, o EMC doou à localidade de San Juan del Micay uma ambulância e inaugurou um centro de saúde financiado pelo grupo.
"Esta ambulância e este centro de saúde são para nós um sonho tornado realidade", disse à AFP a líder local Adriana Rivera.
"Esta área sempre foi totalmente abandonada pelo Estado. Tudo o que temos aqui, escolas, estradas (...) foram os próprios camponeses que construíram", disse Rivera.
A inauguração do centro de saúde, que incluiu uma cerimónia formal com corte de fita, gerou polémica nos meios de comunicação da Colômbia e causou embaraço ao Governo.
O ministro da Defesa colombiano, Ivan Velásquez, descreveu-a como "um golpe para as instituições" e reconheceu que a ausência do Estado nestes territórios permitia que grupos armados ganhassem legitimidade junto das comunidades.
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