Telavive envia delegação ao Qatar para negociações sobre reféns em Gaza
Israel vai enviar uma delegação a Doha, no Qatar, no âmbito das negociações para a troca de reféns detidos em Gaza por prisioneiros palestinianos, anunciou hoje o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em comunicado.
© Amir Levy/Getty Images
Mundo Israel
"Uma delegação israelita partirá para Doha depois de [a reunião de hoje] do gabinete de segurança para discutir a posição de Israel" sobre os termos de um possível acordo de reféns com o Hamas, disse o executivo no comunicado, sem especificar quando é que a delegação viajará para Doha.
No mesmo comunicado, Netanyahu considerou como "ainda irrealistas" as novas exigências do Hamas para um cessar-fogo e insistiu no plano ainda não divulgado do exército para invadir Rafah, junto à fronteira com o Egito.
"As exigências do Hamas continuam a ser irrealistas", afirmou hoje o gabinete do primeiro-ministro num comunicado oficial, em que, paralelamente, anunciou o envio de uma delegação a Doha, depois de Netanyahu se ter reunido de manhã com o gabinete de guerra na base militar de Kirya, em Telavive.
O comunicado refere que Netanyahu "aprovou os planos de ação em Rafah" e que o exército israelita "está a preparar-se para a parte operacional e para a retirada a população".
Entre outras questões, o Hamas que até agora exigiu um cessar-fogo definitivo em Gaza antes de qualquer troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, está agora pronto para uma trégua de seis semanas, disse à AFP um responsável do movimento islamita palestiniano, que solicitou anonimato.
No âmbito desta trégua, 42 reféns - mulheres, crianças, idosos e doentes - poderão ser libertados em troca de 20 a 50 prisioneiros palestinianos, consoante se trate de civis ou soldados, e à razão de um refém por dia, acrescentou o responsável.
Durante a eventual trégua de seis semanas, o movimento islamita exige também a "retirada do exército de todas as cidades e zonas povoadas", o "regresso das pessoas deslocadas sem restrições" e a entrada de pelo menos 500 camiões de ajuda humanitária por dia, explicou este responsável.
No final desta primeira fase, o Hamas pretende chegar a uma "troca global de prisioneiros", incluindo a "libertação dos oficiais e soldados israelitas capturados e dos mortos pelo Hamas e por outros movimentos" em troca de prisioneiros palestinianos numa proporção não especificada, continuou o funcionário.
Em troca deste acordo, o movimento islamita exige a "retirada total" do exército israelita da Faixa de Gaza - onde a operação militar israelita já fez cerca de 31.500 mortos, segundo o Hamas -, a sua "reconstrução" e o fim do bloqueio a que o território está sujeito desde que o Hamas tomou o poder em 2007.
A guerra em curso foi desencadeada pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e cerca de centena e meia de reféns, segundo as autoridades de Israel.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza que matou mais de 31.300 pessoas até quinta-feira, segundo as autoridades do enclave governador pelo Hamas desde 2007.
Leia Também: Israel desmente Hamas e acusa palestinianos de dispararem contra civis
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com