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Burnout. "Pausas e respeito pelo horário de trabalho são essenciais"

Rui Ceia, diretor clínico da Zurich Portugal, assina este artigo, a propósito do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, que se assinala este domingo, 28 de abril.

Burnout. "Pausas e respeito pelo horário de trabalho são essenciais"
Notícias ao Minuto

11:38 - 28/04/24 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

O relatório mais recente do Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis, de 2023, destaca que, em Portugal, 50,6% dos trabalhadores apresentam um elevado risco de burnout, sendo que cerca de 80% apresentam pelo menos um sintoma. Estes números estão longe de ser um fenómeno nacional, mas são reveladores da necessidade que há em manter o tema da saúde mental e bem-estar no trabalho na agenda das pessoas e das organizações.

Este Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, que se assinala este domingo, 28 de abril, realça dois pontos a ter em conta: o primeiro, muito positivo, é que hoje em dia falar de saúde no trabalho é ir muito além de mera prevenção de acidentes ou de se dar atenção apenas à saúde física das pessoas. Há, cada vez mais, uma consciência alargada do papel que o bem-estar mental tem.

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O segundo ponto é que é crucial reavaliar como encaramos a saúde dos colaboradores, especialmente no que diz respeito ao bem-estar mental. Há que manter o tema na nossa lista de prioridades - e com informação esclarecida. Importa por isso clarificar alguns mitos que persistem. O primeiro passa por considerar o stress como a única causa. Muitos fatores podem levar a este estado de exaustão. Na verdade, as causas desta síndrome têm três origens diferentes: fontes de stress associadas à atividade profissional, fatores organizacionais e fatores de ordem pessoal. Uma estrutura organizacional que promova uma gestão equilibrada da carga de trabalho e um ambiente social positivo pode assim funcionar como um importante aliado na prevenção. A isto acrescentemos o papel que, a nível pessoal, amigos e familiares podem ter na promoção do nosso bem-estar.

Notícias ao Minuto Rui Ceia, diretor clínico da Zurich Portugal© Raquel Wise 

Outra ideia que por vezes ainda persiste é a de que os sintomas de burnout são apenas psicológicos. Apesar de esta síndrome ser muitas vezes associada a um contexto psicológico, os sintomas manifestam-se também fisicamente. Distúrbios de sono, dores de cabeças, enxaquecas, dores musculares, palpitações cardíacas e até alterações de apetite, são disso exemplo. Os sintomas desenvolvem-se progressivamente, começando com sinais ligeiros, até se tornarem mais evidentes. É importante reconhecer precocemente estes sinais e agir atempadamente, repensando prioridades e fazendo as mudanças necessárias para melhorar o bem-estar.

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O que fazer? Em primeiro lugar, é preciso ter uma agenda profissional adequada. As pausas durante o dia e o respeito pelo horário de trabalho são essenciais para repor as energias e o seu bem-estar, sobretudo em momentos mais stressantes. Quando sentir alguns dos sintomas, reorganize o seu trabalho e não se esqueça que pode sempre delegar algumas tarefas. É importante gerir as responsabilidades e abrandar o ritmo. No final do dia, seja realista quanto às responsabilidades, prazos de entregas e reconheça a importância do descanso. O equilíbrio é a chave.

Finalmente, é bom lembrar que melhorar o nosso dia a dia num trabalho exigente não depende apenas do que fazemos durante o horário de trabalho. Falar e conviver é, por si só, uma ação essencial tanto na cura como na prevenção. Partilhar experiências com pessoas próximas, ou até com um terapeuta, tem sempre um impacto positivo na resolução e relativização dos problemas. A prática de hobbies é também muito importante, pois permite desligar do trabalho e descomprimir. Estas atividades não têm necessariamente de ser físicas - atividades criativas como pintura, música ou teatro conseguem proporcionar essa sensação de relaxamento. Mesmo que não seja um hobbie, passar tempo de qualidade com familiares e amigos, criando memórias e histórias para o inspirarem, vai trazer mais equilíbrio ao seu quotidiano. E não tenhamos dúvidas: não são apenas as pessoas, isto é, cada um de nós, quem beneficia. Também as organizações têm tudo a ganhar com pessoas mais saudáveis e felizes.

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