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Jordânia pede fim de restrições à Mesquita de al-Aqsa durante Ramadão

A Jordânia exigiu a Israel o levantamento das restrições impostas ao acesso à Mesquita de al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, durante o mês do Ramadão, que começou hoje, para evitar nova escalada de violência na região.

Jordânia pede fim de restrições à Mesquita de al-Aqsa durante Ramadão
Notícias ao Minuto

20:34 - 11/03/24 por Lusa

Mundo Jordânia

"Israel deve levantar essas restrições, respeitar a liberdade de culto e permitir que os fiéis cumpram os respetivos deveres religiosos durante o mês do Ramadão", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros jordano, Ayman Safadi, numa conferência de imprensa conjunta com o Secretário para as Relações com os Estados do Vaticano, arcebispo Paul Richard Gallagher.

Safadi afirmou que "profanar a santidade da mesquita de al-Aqsa é brincar com o fogo", recordando que as "medidas ilegais" adotadas por Israel, incluindo a construção de novos colonatos, "não contribuem para o estabelecimento da paz".

Segundo a agência noticiosa Petra, o chefe da diplomacia jordana exortou o Vaticano, bem como todos os países do mundo, a "fazer tudo o que for possível" para garantir que Israel respeite o estatuto legal e histórico de todos os locais sagrados.

"O mês do Ramadão é o mês da misericórdia, da segurança e da tranquilidade, mas infelizmente não é essa a realidade para os 2,3 milhões de habitantes de Gaza, que continuam a sofrer a brutalidade da agressão israelita", afirmou.

No domingo à noite, as forças de segurança israelitas impediram centenas de fiéis muçulmanos de entrar na mesquita de al-Aqsa para as primeiras orações após o início do Ramadão.

Israel também instalou arame farpado na vedação adjacente ao complexo, perto da Porta dos Leões, queixou-se a administração palestiniana em Jerusalém.

Tanto o governo palestiniano como o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) avisaram Israel para não impor restrições ao acesso e permitir a liberdade de culto na Esplanada das Mesquitas - conhecida pelos judeus como Monte do Templo - para evitar uma nova escalada de tensões e violência.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já tinha declarado que não haveria restrições à liberdade de culto durante o mês sagrado do Ramadão, contrariando as afirmações do ministro da Segurança Nacional, de extrema-direita, Itamar Ben Gvir.

Na semana passada, Ben Gvir, expoente do movimento de colonos e do sionismo religioso, afirmou que se o acesso dos muçulmanos à Esplanada das Mesquitas não fosse controlado, haveria "celebrações do Hamas no Monte do Templo".

Só no Ramadão, que começou hoje, Israel normalmente concede milhares de autorizações especiais aos palestinianos, tanto da Cisjordânia ocupada como da Faixa de Gaza, para se deslocaram à mesquita de al-Aqsa para rezar.

No ano passado, esse mês sagrado muçulmano - caracterizado pelo jejum e pelas orações - mobilizou mais de quatro milhões de fiéis em Jerusalém oriental, a maioria palestinianos, reunindo cerca de 250 mil pessoas às sextas-feiras, o dia de oração mais importante segundo o Islão.

Dentro da Esplanada das Mesquitas fica a sagrada de al-Aqsa, bem como o Cúpula da Rocha -- onde se acredita que Maomé ascendeu aos céus. Este complexo religioso é o terceiro lugar mais sagrado para o Islão, depois das cidades de Meca e Medina, na Arábia Saudita.

Para os judeus, a zona chama-se Monte do Templo. Os hebreus consideram que nesse local foi construído o segundo templo de Jerusalém - do qual apenas restaria o Muro das Lamentações -, um espaço sagrado para os hebreus e que foi destruído no ano 70 pelos romanos.

Leia Também: Israel avisa para não porem Telavive à prova no mês do Ramadão

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