Gaza enfrenta a possível perda de "uma geração inteira", diz ONU
A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) advertiu hoje que a população da Faixa de Gaza enfrenta a possível perda de "uma geração inteira", com a "infância a ser roubada" às crianças palestinianas.
© Hani Alshaer/Anadolu via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"Após quatro meses de guerra brutal em Gaza, o impacto nas crianças é trágico e o seu futuro está em risco. Mais de meio milhão de crianças não podem frequentar a escola primária e secundária", afirmou o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini.
O responsável salientou que todos os dias "a guerra aprofunda as cicatrizes" e coloca a população em risco de "perder uma geração" que é "vulnerável à exploração", numa mensagem na sua conta na rede social X (antigo Twitter).
"A infância está a ser roubada às crianças", afirmou Philippe Lazzarini, antes de sublinhar a importância de "inverter" esta situação. Para tal, acrescentou, é necessário um "cessar-fogo humanitário".
Estas palavras do comissário-geral da UNRWA surgem um dia depois de ter alertado para o facto de a população do norte da Faixa de Gaza estar "à beira da fome" devido à escassez de alimentos que chegam à zona, no meio da ofensiva militar lançada a 07 de outubro pelo exército israelita em resposta aos ataques perpetrados pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo Israel.
De acordo com Lazzarini, a última vez que a UNRWA conseguiu entregar alimentos à população do norte da Faixa de Gaza foi em 23 de janeiro, há mais de duas semanas. Além disso, desde o início do ano, os pedidos de entrega de mantimentos da organização "têm sido rejeitados".
As autoridades da Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007, informaram que os ataques incessantes das Forças de Defesa de Israel (IDF) já mataram cerca de 28.000 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, e feriram 67.300.
Israel, por seu lado, afirma ter matado 10.000 milicianos.
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