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"Queremos paz". Secção portuguesa da AI lamenta 4 meses de guerra

A secção portuguesa da Amnistia Internacional (AI) lamentou que passando hoje quatro meses sobre o início da guerra entre Israel e o Hamas, se continue a assistir a uma escalada sem precedentes no conflito.

"Queremos paz". Secção portuguesa da AI lamenta 4 meses de guerra
Notícias ao Minuto

13:31 - 07/02/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

Num comunicado, a AI lembra que tem, desde o princípio, alertado para a urgência de um cessar-fogo, para a necessidade da proteção de todos os civis, para a libertação dos reféns nas mãos do movimento islamita palestiniano e para o acesso da ajuda humanitária à Faixa de Gaza. 

"Queremos paz. A única forma de lá chegar é com um cessar-fogo imediato. Só através deste cessar-fogo, os civis palestinianos podem receber a ajuda humanitária urgente, os reféns israelitas podem ser resgatados e as partes, bem como a comunidade internacional, podem começar a falar das causas profundas deste conflito e caminhar em direção à paz", sublinhou o diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro Neto.

Para assinalar a data, a Amnistia Internacional, com sede em Londres, lembra Nidal al-Waheidi e Haitham Abdelwahe, jornalistas palestinianos da Faixa de Gaza que foram detidos pelas forças israelitas a 07 de outubro, quando faziam a reportagem do ataque liderado pelo Hamas. 

Desde então, ambos estão detidos em condições que constituem um desaparecimento forçado, declara a AI, que refere que as autoridades israelitas têm-se recusado a revelar informações sobre o paradeiro ou os fundamentos legais das detenções, não partilhando sequer a confirmação de que ainda estão vivos. 

"A Amnistia Internacional apela às autoridades israelitas para que divulguem imediatamente a localização destes jornalistas e os motivos legais da sua detenção, lhes conceda acesso a representação legal e lhes garanta um tratamento humano. A menos que sejam acusados de um crime internacionalmente reconhecido, devem ser imediatamente libertados", lê-se num comunicado da organização de defesa e promoção dos Direitos Humanos.

Mas os dois jornalistas não são as únicas preocupações da AI, que denuncia também as vidas de civis que, como em qualquer conflito, "têm sido severamente impactadas". 

"Na Faixa de Gaza, mais de 26.000 palestinianos, na sua maioria civis [mais de 27.700, segundo divulgou hoje o Ministério da Saúde de Gaza], foram mortos pelo Estado de Israel e acredita-se que cerca de 10.000 ainda estejam desaparecidos por baixo dos escombros. Nesta região, pelo menos 1,8 milhões de palestinianos estão deslocados internamente, privados do acesso a alimentos, água, abrigo, saneamento e assistência médica adequados", acrescenta a organização no documento. 

Ao longo dos últimos quatro meses, a AI lembra ter condenado igualmente os crimes de guerra cometidos pelo Hamas e por outros grupos armados a 07 de outubro, como a tomada de reféns e a morte deliberada de civis, bem como os contínuos ataques indiscriminados com foguetes.

No comunicado, a AI refere que tem instado repetidamente à investigação das violações do direito internacional por todas as partes e a um cessar-fogo imediato e sustentado, à libertação de todos os reféns civis ainda detidos por grupos armados na Faixa de Gaza, à libertação dos palestinianos detidos arbitrariamente por Israel e ao fim do cerco ilegal e desumano israelita à Faixa de Gaza.

A AI refere-se também à grave situação humanitária na Faixa de Gaza, e à luz da recente decisão de pelo menos nove países doadores que suspenderam o financiamento da Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA).

"A Amnistia Internacional lembra que, para estas pessoas, a UNRWA é a única tábua de salvação e insta os Estados a reverterem as suas decisões. Ao mesmo tempo, sublinha que as alegações sobre o envolvimento de funcionários da UNRWA nos ataques de 07 de outubro são graves e necessitam de ser investigadas de forma independente. Qualquer pessoa contra a qual existam suficientes provas admissíveis deve ter direito a um julgamento justo. No entanto, as alegadas ações de alguns indivíduos não podem ser um pretexto para cortar um tipo de assistência que pode salvar vidas, já que isto pode equivaler a um ataque coletivo", conclui a AI.

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