A figura de alguém contratado para matar, que age por dinheiro, sem ódio ou especial motivação, pode parecer-nos familiar devido às suas várias (e consequentes) representações nas produções de Hollywood. Na imaginação do público, os assassinos contratados podem parecer algo bastante comum. Mas será assim na vida real? O jornal New York Times propôs-se a responder a esta pergunta.

Há especialistas em aplicação da lei e espionagem internacional que garantem que a figura sombria do assassino profissional ou a soldo é difícil de encontrar e, muito menos, de escapar impune. Um ex-agente da CIA, Robert Baer, disse ao jornal norte-americano que conheceu muitos bandidos, mas que ficaria "perplexo" se conhecesse algum assassino contratado. 

Dennis Kenney, professor do John Jay College of Criminal Justice, defendeu que a ideia de um assassino contratado e habilidoso é "praticamente um mito". Para o professor, um assassino contratado não passa de "um bandido que oferece ou concorda com um pagamento único" e é por isso que, normalmente, "são apanhados".

Apesar disto, há planos de homicídios que acabam por ter sucesso. O jornal norte-americano destaca o caso do assassinato do líder sikh Hardeep Singh Nijjar. Embora se desconheça se estiveram envolvidos assassinos contratados, o caso prejudicou a relação entre o Canadá e a Índia e levantou suspeitas sobre o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. 

Recentemente, recorde-se, a Polícia Civil brasileira descobriu que um homem que tinha sido assassinado era, na verdade, procurado pela Interpol por estar ligado a vários homicídios na Europa. Darko Geisler Nedeljković usava uma identidade falsa e residia clandestinamente no Brasil. A imprensa de Leste chegou a noticiar que a morte de Nedeljković podia ter sido encomendada, como forma de vigar todos os crimes que tinha praticado no seu país de origem, a Sérvia. 

Mas, será fácil contratar alguém para matar, que mantenha o silêncio sobre o plano? O professor de justiça criminal numa universidade de Michigan David Carter garante que "é mais complicado do que parece". Para além da contatação ser um problema, descobrir um assassino tem-se tornado cada vez mais fácil devido a uma maior quantidade de ferramentas forenses usadas pela polícia. 

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