As manobras, que incluem simulações com fogo real, vão decorrer durante dez dias e nove noites, com a participação de cerca de 22 mil reservistas - um número e duração sem precedentes para este tipo de exercício.
Segundo a CNA, o primeiro dia será dedicado à resposta a "possíveis ações hostis do inimigo", como o uso de embarcações civis ou da guarda costeira para assediar a ilha, e à prevenção de uma escalada para "conflito aberto".
Durante o dia de hoje, navios da Marinha deverão zarpar em estado de urgência após reabastecimento, enquanto radares móveis e lançadores de mísseis são deslocados para posições táticas, permanecendo em alerta e prontos para o combate, de acordo com a mesma fonte.
Unidades terrestres serão também destacadas para proteger infraestruturas críticas, como redes elétricas, sistemas de abastecimento de água e de combustível.
Está ainda previsto que equipas de engenharia militar construam obstáculos defensivos nas chamadas "praias vermelhas", consideradas os pontos mais prováveis para um eventual desembarque inimigo.
Num comunicado divulgado na véspera do início das manobras, o Ministério da Defesa Nacional (MDN) de Taiwan sublinhou que, sob exigências de um treino orientado para "combate real", o exército adotou uma "postura pragmática" para simular "diversos cenários de guerra" integrados nos exercícios.
"Qualquer situação imprevista durante os exercícios será considerada parte do treino, com o objetivo de acumular experiência e continuar a reforçar a capacidade operacional das forças armadas", assinalou o MDN.
A China, que considera Taiwan uma "parte inalienável" do seu território e não exclui o uso da força para assegurar a reunificação, classificou os exercícios Han Kuang como uma encenação do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), no poder em Taipé, para promover a sua "agenda separatista".
"Sejam quais forem os participantes ou as armas utilizadas, as firmes contramedidas do ELP [Exército de Libertação Popular] contra a 'independência de Taiwan' não serão dissuadidas, nem será travada a tendência irreversível para a reunificação nacional da China", afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Jiang Bin.
"As autoridades do DPP estão a prejudicar Taiwan em nome dos seus próprios interesses. Advertimos solenemente que tentar alcançar a independência pela força é um beco sem saída", acrescentou.
Pequim manifestou ainda o desagrado através de demonstrações militares: nas últimas 24 horas, mais de 30 aeronaves chinesas - incluindo caças, bombardeiros e veículos aéreos não tripulados (drone) - sobrevoaram áreas próximas de Taiwan, segundo dados do Ministério da Defesa de Taipé.
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