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Myanmar. Junta militar e guerrilheiros voltam a concordar com cessar-fogo

A junta militar no poder em Myanmar e a aliança de guerrilheiros que lançaram a ofensiva contra o exército concordaram novamente com um cessar-fogo mediado pela China, após a tentativa falhada de dezembro, disse hoje uma fonte próxima do processo.

Myanmar. Junta militar e guerrilheiros voltam a concordar com cessar-fogo
Notícias ao Minuto

09:49 - 12/01/24 por Lusa

Mundo Myanmar

O acordo foi alcançado na quinta-feira na cidade chinesa de Kunming, no sudoeste do país, entre representantes da junta e a chamada Aliança da Irmandade, composta pelo Exército Arakan, o Exército de Libertação Nacional Ta'ang e o Exército da Aliança Democrática de Myanmar, antiga Birmânia.

Uma fonte próxima das conversações referiu que os guerrilheiros estão empenhados em cessar as hostilidades, que aumentaram em 27 de outubro com uma ofensiva numa região do nordeste de Myanmar, geográfica e etnicamente próxima da China. A junta militar disse que iria parar os ataques de artilharia e bombardeamentos aéreos.

Em Pequim, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, confirmou hoje numa conferência de imprensa que a China "facilitou" as conversações de paz entre o exército de Myanmar e os representantes das milícias étnicas em Kunming, a capital da província de Yunnan.

As conversações decorreram entre quarta e quinta-feira e resultaram num "acordo formal de cessar-fogo para pôr termo à guerra, retirar o pessoal militar e resolver os diferendos relevantes através de negociações pacíficas", afirmou Mao.

Segundo os meios de comunicação social de Myanmar The Irrawaddy e DVB participaram nas conversações o general Min Naing, em representação da junta, o representante especial da China para Myanmar, Deng Xijun, e delegados das três guerrilhas.

A Aliança da Irmandade lançou a Operação 1027, uma referência à data de início da ofensiva, em outubro, em Kokang, uma região habitada por chineses de etnia Kokang, espalhando-se depois por várias partes do país com o apoio de outros grupos rebeldes anti-junta.

Em meados de dezembro, a Aliança e a junta chegaram a um acordo de cessar-fogo temporário, mas foi quebrado quase de imediato.

Até agora, os grupos rebeldes capturaram pelo menos 25 cidades em diferentes partes do país, incluindo a capital de Kokang, Laukkai, o maior objetivo até agora alcançado pelas forças anti-junta.

Desta forma, a Aliança da Irmandade controla a região estratégica de Kokang, que faz fronteira com a China e onde, nos últimos anos, têm proliferado os casinos e os ciberataques, suscitando protestos de Pequim pelo número de vítimas chinesas.

A tomada de Laukkai representa um golpe para o exército, que em 2009 tomou o controlo da cidade e do resto de Kokang ao MNDAA (Exército da Aliança Democrática da Birmânia), numa campanha liderada pelo general Min Aung Hlaing, que está à frente da junta militar desde 2021.

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