Israel não fez "nenhum contacto" para retirar bebés do hospital al-Shifa

O maior hospital da Faixa de Gaza ficou completamente sem energia elétrica e seis recém-nascidos já morreram devido à falta de luz e de proteção, enquanto o centro continua a ser atacado por Israel.

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© Al-Shifa Hospital / Handout /Anadolu via Getty Images

Notícias ao Minuto
13/11/2023 23:01 ‧ 13/11/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Israel/Palestina

O diretor do maior hospital de Gaza, o al-Shifa, revelou esta segunda-feira que Israel não fez "nenhum contato" sobre a retirada de pacientes, especialmente bebés prematuros.

"O Exército israelita não fez nenhum contacto, em vez disso, nós procuramo-los, mas até agora não recebemos nenhuma resposta. Há negociações sobre a retirada de bebés prematuros, mas até agora nada aconteceu", afirmou Mohamed Abu Selmia à BBC.

O médico disse que 32 pacientes, incluindo três bebés prematuros, morreram no hospital nos últimos dias e vários outros doentes, que precisam de diálise, correm o risco de morrer "nos próximos dias", uma vez que já não há meios para realizar o tratamento.

Desta forma, Abu Selmia repetiu o apelo às Forças de Defesa de Israel (IDF) e à Cruz Vermelha para ajudarem a retirar os pacientes.

"Não queremos que nenhum dos pacientes morra, queremos que eles vivam, queremos que recebam os cuidados médicos de que necessitam num local que possa fornecê-los", acrescentou.

De recordar que o maior hospital da Faixa de Gaza ficou completamente sem energia elétrica e os recém-nascidos tiveram de ser retirados das incubadoras - e foram enrolados em alumínio para ficarem quentes. Seis crianças já morreram devido à falta de luz e de proteção e o centro continua a ser atacado por Israel, apesar dos milhares de civis abrigados.

O hospital de Al-Shifa não é, contudo, o único sob condições difíceis. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, liderado pelo Hamas, todos os hospitais no norte da Faixa de Gaza estão inoperacionais, incluindo o segundo maior hospital da região, o de Al-Quds, cujo encerramento foi anunciado pelo Crescente Vermelho palestiniano.

A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 38.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.180 mortos, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,5 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

Leia Também: Médicos esperam "milagre". Só há um "único hospital" a funcionar em Gaza

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