As manifestações foram convocadas nas redes sociais para cidades como Madrid, Barcelona, Saragoça, Valência, Sevilha, Granada ou Valladolid, para o início da noite de hoje, por uma organização designada Revolta, que se define como um grupo juvenil "patriota unitário espanhol" e tem ligações ao partido de extrema-direita Vox.
A maior manifestação foi a de Madrid, onde em frente da sede nacional do PSOE se concentraram mais de 3.000 pessoas, segundo a Delegação do Governo (similar aos antigos governos civis em Portugal).
Na manifestação em Madrid houve confrontos entre a polícia e um grupo de manifestantes e uma pessoa foi detida por desobediência e atentado contra os agentes da autoridade, segundo as forças de segurança.
Dirigentes do Vox, incluindo o presidente do partido, Santiago Abascal, estiveram nesta concentração em Madrid.
Abascal afirmou hoje de manhã que "as mobilizações contra o golpe [a amnistia e outros acordos do PSOE com os independentistas] vão ser constantes e crescentes".
Segundo as autoridades espanholas, as manifestações foram menores noutras cidades, juntando, por exemplo, 1.800 em Granada, 300 em Málaga e 500 em Barcelona.
Além do Vox, também hoje o presidente do Partido Popular espanhol (PP, direita), Alberto Núñez Feijóo, prometeu contestação aos acordos do PSOE com os independentistas "com todos os recursos, em todas as instâncias e em todos os âmbitos", incluindo nas ruas.
Feijóo afirmou que Espanha vive "o maior ataque ao estado de direito" da sua história democrática e anunciou manifestações em todas as capitais de província no próximo domingo.
"Aviso que não nos vamos calar. (...) Querem que nos esqueçamos, mas vamos lembrá-lo todos os dias", afirmou o líder do PP, o partido mais votado nas eleições espanholas de 23 de julho, mas sem uma maioria suficiente para conseguir a viabilização parlamentar de um governo liderado por Feijóo.
O PSOE foi o segundo partido mais votado e o socialista Pedro Sánchez está a fechar acordos com partidos nacionalistas e independentistas catalães, bascos e galegos que lhe permitirão, se se confirmarem todos, ser reconduzido como líder do Governo de Espanha.
O líder do PP voltou hoje a defender a repetição das eleições, por o teor dos acordos não ter feito parte do programa eleitoral dos socialistas e por Sánchez ter negado até 23 de julho a possibilidade de uma amnistia para os independentistas que protagonizaram uma declaração unilateral de independência da Catalunha em 2017.
Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.
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