Numa "declaração do Presidente dos Estados Unidos da América" publicada na plataforma Truth Social, Donald Trump exclamou: "o ouro não estará sujeito a tarifas!".
Com os investidores preocupados com a possibilidade de alguns tipos de barras de ouro serem afetadas pelas tarifas impostas por Trump, os preços do metal precioso atingiram um novo máximo no final da semana passada.
De acordo com uma atualização da Alfândega norte-americana, detalhada num documento de 31 de julho e divulgado na sexta-feira, as barras de ouro de um quilograma e 100 onças foram classificadas como sujeitas a tarifas, quando os investidores acreditavam que estavam isentas.
A Casa Branca anunciou posteriormente que planeava "emitir uma ordem executiva num futuro próximo para esclarecer informações falsas sobre a tributação de barras de ouro e outros produtos especiais", disse um responsável à agência de notícias France-Presse.
Não disse, no entanto, se isso significava que as barras de ouro iam continuar isentas.
Trump implementou, em várias vagas, novas sobretaxas sobre os produtos importados, defendendo que a medida vai levar os fabricantes estrangeiros a investirem em produção nos Estados Unidos, para contornar a barreira alfandegária e manter acesso ao maior mercado do mundo, a par da União Europeia.
As tarifas variam de 10% a 50%, dependendo da situação e do país.
Outras tarifas afetam setores específicos, como automóvel, aço, alumínio ou cobre.
Trump continua a ameaçar impor mais taxas em nome da proteção da indústria norte-americana, especialmente dos produtos farmacêuticos e dos semicondutores, ou para repreender determinados países ou líderes por razões políticas, como no caso do Brasil.
As taxas alfandegárias aplicadas pelos Estados Unidos atingem agora uma média de 20,1%, de acordo com os cálculos atualizados no final da semana passada pela Organização Mundial do Comércio e do Fundo Monetário Internacional.
Este nível é o mais elevado desde o início dos anos de 1910, excluindo algumas semanas durante este ano, em que foram aplicados aumentos de tarifas que depois foram suspensos para negociações com os países afetados.
Esta taxa teórica era de apenas 2,4% na posse de Trump, a 20 de janeiro de 2025.
Algumas destas sobretaxas foram consideradas ilegais por juízes de instâncias inferiores, que decidiram que um Presidente não tem o poder de impor tarifas indiscriminadas, estando a ser analisados recursos.
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