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Número de migrantes que chegaram às Canárias este ano ultrapassa 20 mil

O número de migrantes irregulares que chegaram este ano às ilhas Canárias, em Espanha, ultrapassou os 20.000 na terça-feira, com a chegada de mais uma embarcação ao porto de La Restiga (El Hierro), foi hoje divulgado.

Número de migrantes que chegaram às Canárias este ano ultrapassa 20 mil
Notícias ao Minuto

16:13 - 11/10/23 por Lusa

Mundo Migrantes

Segundo as autoridades regionais, as chegadas de migrantes atingiram um pico particularmente intenso desde que começou o mês de outubro, somando 5.244 pessoas em 11 dias, o que representa 25% do total do ano.

Os últimos dados oficiais correspondem à manhã de segunda-feira, quando havia 19.507 migrantes irregulares no arquipélago espanhol das Canárias, dos quais 4.371 tinham sido resgatados desde o início do mês.

No entanto, os serviços de emergência anunciaram na terça-feira a chegada ao arquipélago de mais barcos, com um total de 674 pessoas a bordo (412 desembarcaram em El Hierro, 193 em Tenerife e 69 em Lanzarote) e, na madrugada de hoje, a guarda marítima resgatou outras 199, tendo levado 137 para a Gran Canária e 62 para Fuerteventura.

A dois meses e meio do final do ano, as chegadas de migrantes às Canárias já ultrapassaram o total de todo o ano de 2022 (15.862) e estão próximas dos dados dos anos de 2020 e 2021, que foram mais intensos, com 23.271 e 22.316 migrantes a entrar no arquipélago espanhol, respetivamente.

Em maio, El Hierro recebeu apenas nove migrantes, mas a entrada incessante de canoas com refugiados naquele porto de La Restinga durante o verão, sobretudo na segunda quinzena de setembro, tornou a ilha na mais procurada por migrantes este ano, cenário que acontece pela primeira vez desde a chamada "crise dos cayucos" em 2006, quando a Rota das Canárias atingiu o seu máximo (31.678 pessoas).

A chegada de migrantes a El Hierro nos últimos cinco meses e meio equivale praticamente a 50% da sua população, que é de 11.154 habitantes.

O Ministério do Interior espanhol não publica números por cada ilha, mas a Cruz Vermelha monitoriza estes fluxos detalhadamente.

Somadas as chegadas de migrantes de terça-feira e de hoje aos dados por ilhas de segunda-feira, El Hierro já supera Lanzarote, com 5.536 imigrantes, contra 5.354. A Gran Canaria aparece em terceiro lugar (4.160), Tenerife em quarto (3.338) e Fuerteventura em quinto (1.938).

Estas chegadas maciças têm levado as autoridades espanholas a transferir centenas de migrantes da ilha de El Hierro, onde as autoridades estão sobrecarregadas, para outras ilhas.

Nos últimos anos, a rota migratória para as Canárias tem sido particularmente movimentada devido ao reforço dos controlos no Mediterrâneo e os naufrágios são frequentes.

A rota da África Ocidental, que atravessa o oceano Atlântico e a costa oeste de África até às Canárias, é conhecida por ser extremamente perigosa, por causa das fortes correntes marítimas.

As organizações não-governamentais (ONG) relatam regularmente naufrágios mortais - cujo número não oficial de vítimas, segundo adiantam, ascende a dezenas ou mesmo centenas de pessoas - em águas marroquinas, espanholas ou internacionais.

Mesmo com tais perigos, esta rota tem atraído cada vez mais migrantes, sobretudo provenientes de países da África subsaariana, que desejam chegar ao território europeu, a grande maioria a bordo de embarcações muito precárias e sobrelotadas.

Espanha, a par da Grécia, Itália, Malta ou Chipre, é um dos países da "linha da frente" ao nível das chegadas de migrantes irregulares à Europa.

Os embaixadores dos países da União Europeia (UE) chegaram, há uma semana, a acordo sobre um regulamento fundamental para a reforma migratória europeia, estabelecendo um mecanismo de solidariedade obrigatório entre os Estados-membros no caso de um deles ser confrontado com um fluxo migratório maciço.

Leia Também: Itália vai assinar acordo com Egito para prevenir tráfico de migrantes

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