No arranque do debate da moção de censura, durante o plenário, em Estrasburgo, Gheorghe Piperea considerou que desde que Ursula von der Leyen iniciou funções "vulnerabilizaram-se princípios essenciais".
"A concentração da tomada de decisões nas mãos da presidente da Comissão Europeia, algo que me parece antidemocrático, [Ursula von der Leyen] é opaca", considerou o eurodeputado que faz parte do grupo políticos dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR, na sigla em inglês).
A moção de censura foi desencadeada, de acordo com o promotor -- e os restantes subscritores -- na sequência da ocultação de mensagens entre Ursula von der Leyen e o administrador da farmacêutica Pfizer Albert Bourla durante a negociação das vacinas contra o vírus SARS-CoV-2, em 2021.
A moção vai ser votada na quinta-feira, mas deverá chumbar, uma vez que os representantes dos dois principais grupos políticos, Partido Popular Europeu (direita e centro-direita, o mesmo de Ursula von der Leyen) e os Socialistas & Democratas (centro-esquerda), já anunciaram oposição à moção.
Os liberais, a esquerda e os verdes no PE também não devem alinhar na moção de censura apresentada pelo ECR, que é assumidamente conservador e tem vários eurodeputados de extrema-direita.
No entanto, a presidente dos socialistas, Iratxe García, criticou a direita por estar contra uma moção que parte de um eurodeputado da extrema-direita, mas aceitar fazer acordos parlamentares noutras ocasiões.
É a primeira moção de censura em dez anos. Desde as primeiras eleições europeias, em 1979, foram apresentadas sete moções de censura e nenhuma resultou na queda de um executivo comunitário.
Para que chegasse a ser debatida foi necessária a subscrição de pelo menos um décimo dos eurodeputados, ou seja, 72 eurodeputados.
[Notícia atualizada às 19h17]
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