Trump sai em defesa de Bolsonaro: "Estão a persegui-lo. Deixem-no em paz"

Donald Trump usou as redes sociais para fazer uma publicação em defesa de Jair Bolsonaro. Quem já reagiu foi a ministra das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, que aconselhou o presidente norte-americano a "cuidar dos seus próprios problemas". 

Trump. Bolsonaro

© JIM WATSON/AFP via Getty Images

Carmen Guilherme com Lusa
07/07/2025 17:57 ‧ há 5 horas por Carmen Guilherme com Lusa

Mundo

Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu às redes sociais, esta segunda-feira, para defender Jair Bolsonaro, referindo que o Brasil está a fazer "algo terrível" com o ex-chefe de Estado e que este é alvo de "perseguição"

 

De realçar que Jair Bolsonaro é suspeito de tentativa de golpe de Estado após perder as eleições contra Lula da Silva em 2022. 

"O Brasil está a fazer uma coisa terrível no tratamento dado ao antigo presidente Jair Bolsonaro. Eu assisti, tal como o mundo, ao facto de não terem feito outra coisa senão persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo", escreveu o republicano numa publicação na sua plataforma, a Truth Social, sem mencionar diretamente os processos judiciais nos quais o antigo presidente do Brasil está envolvido.

Na mesma publicação, Trump referiu que conheceu Jair Bolsonaro, "um líder forte" que "amava o seu país" e um "negociador muito duro no comércio". "Isto não é nada mais, nada menos, do que um ataque a um adversário político - algo que eu conheço muito bem", apontou.

Assim, recorreu à popular expressão que usou muitas vezes no seu caso - "caça às bruxas"

"O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão a fazer com o seu ex-presidente. Vou acompanhar muito de perto essa caça às bruxas contra Jair Bolsonaro, a sua família e milhares dos seus apoiantes. O único julgamento que deveria estar a acontecer é um julgamento pelos Eleitores do Brasil - Chama-se Eleição. Deixem Bolsonaro em Paz!", escreveu.

A primeira a reagir foi a ministra das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, que aconselhou Donald Trump a "cuidar dos seus próprios problemas"

"Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil", começou por escrever numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

"Não se pode falar em perseguição quando um país soberano cumpre o devido processo legal no estado democrático de direito, que Bolsonaro e seus golpistas tentaram destruir. O presidente dos EUA deveria cuidar de seus próprios problemas, que não são poucos, e respeitar a soberania do Brasil e de nosso Judiciário", rematou a governante brasileira. 

Entretanto, a presidência brasileira divulgou uma nota, na qual frisa que o país não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja".

"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja", lê-se numa nota à imprensa assinada pelo presidente brasileiro, Lula da Silva, sem nunca se referir diretamente ao nome de Trump. 

De recordar que o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil já deu por concluída a instrução do processo contra o ex-presidente brasileiro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. O juiz relator do caso, Alexandre de Moraes, encerrou a instrução do processo, que envolve oito réus, e determinou a intimação das partes para apresentarem as alegações finais.

Trata-se da última etapa na tramitação do processo, antes do seu julgamento. Concluída a fase de instrução, que incluiu depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos próprios réus, o juiz Alexandre de Moraes receberá primeiro as alegações do Ministério Público, que atua como parte acusadora.

Este órgão deve individualizar cada caso e declarar se acredita que os réus devem ser condenados ou absolvidos, após o que os advogados dos réus terão um prazo para apresentarem os seus argumentos finais ao tribunal.

Além de Bolsonaro, são réus neste processo o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha brasileira Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno,  o ex-assessor da Presidência e delator do processo Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto.

Todos os réus foram pronunciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.

De acordo com o Ministério Público brasileiro, o alegado plano golpista terá começado depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2022.

Bolsonaro tentava a reeleição e não aceitou a derrota nas urnas. Segundo a acusação, foi então elaborado um plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.

[Notícia atualizada às 18h19]

Leia Também: Jair Bolsonaro cancela compromissos devido a problemas de saúde

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