Militares e blindados apoiam agentes anti-imigração em operação em LA

A agência norte-americana de imigração e alfândegas (ICE, na sigla em inglês) lançou hoje uma operação de detenção de imigrantes ilegais em Los Angeles, com apoio de militares da Guarda Nacional e blindados.

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Lusa
07/07/2025 23:26 ‧ há 5 horas por Lusa

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A operação no Parque MacArthur, num bairro cerca de 3 km a oeste do centro de Los Angeles e com uma grande população imigrante, inclui 90 militares da Guarda Nacional da Califórnia, 17 blindados Humvee, quatro veículos táticos, duas ambulâncias e soldados armados, segundo a agência AP.  

 

A operação surge depois de no mês passado Los Angeles ter vivido tumultos quando o Presidente Donald Trump enviou para a cidade milhares de membros da Guarda Nacional e fuzileiros navais no ativo, em reação a protestos contra operações anteriores de imigração.  

Trump tem vindo a intensificar os esforços para cumprir a sua promessa de campanha de deportar milhões de imigrantes ilegais e demonstrou vontade de utilizar internamente o poderio militar do país, algo que outros presidentes quase sempre evitaram.

As autoridades disseram aos jornalistas que a operação hoje desencadeada não é de natureza militar, e que a principal função dos soldados seria proteger os agentes de imigração em caso de concentração de uma multidão hostil.

A presença militar "vai ser mais ostensiva e abrangente do que costumamos participar", disse à AP um dos responsáveis, sob anonimato.

Os militares, adiantou o responsável, não estão a participar em qualquer atividade policial como detenções, mas podem deter temporariamente os cidadãos, se necessário, antes de os entregarem às autoridades.

A zona onde decorre a operação é conhecida como "Ilha Ellis da Costa Oeste", em referência à ilha em Nova Iorque que serviu de ponto de entrada histórico de milhões de imigrantes na Costa Leste dos Estados Unidos.  

A população da zona é constituída sobretudo por imigrantes mexicanos, centro-americanos e de outras proveniências.

Periodicamente, as autoridades desmantelam ali acampamentos e as equipas de assistência médica atendem residentes sem-abrigo.  

Mais de 4.000 membros da Guarda Nacional da Califórnia e centenas de fuzileiros navais norte-americanos estão destacados em Los Angeles desde junho --- contra a vontade do governador da Califórnia, Gavin Newsom.  

Na semana passada, o exército anunciou que cerca de 200 destes soldados regressariam às suas unidades para apoiar no combate a incêndios florestais.

 O executivo de Donald Trump foi acusado na semana passada por diversas associações de ilegalidades e discriminação racial na vaga de detenções policiais de imigrantes ilegais na região de Los Angeles nas últimas semanas.

O processo de 63 páginas, interposto no Tribunal Distrital para a Califórnia Central, alega que o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) "sequestrou e fez desaparecer" membros da comunidade através de práticas ilegais de detenção e prisão com base na cor da pele, de acordo com os advogados de acusação.  

O processo acusa ainda o DHS de confinar os detidos num edifício federal em Los Angeles em condições ilegais que colocam em risco a sua saúde e de lhes negar o acesso a advogados.

Os autores da queixa judicial, cinco trabalhadores detidos e quatro organizações --- a Rede de Centros de Trabalhadores de Los Angeles, a União de Trabalhadores Agrícolas (UFW), a Coligação para Direitos de Imigração Humanos (CHIRLA) e o Centro Legal de Defesa dos Imigrantes --- argumentam que a administração Trump prendeu e deteve pessoas "inconstitucionalmente" para cumprir uma quota de prisão "arbitrária".

A ação judicial solicita ao tribunal que emita injunções permanentes para impedir futuras violações dos seus direitos garantidos constitucionalmente.    

Espera-se que o tribunal responda à ação em breve, ordenando uma moratória nas rusgas policiais e exigindo o acesso a representação legal para os detidos.

Leia Também: Bombeiros progridem na luta contra fogo na Califórnia. Dura há 5 dias

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