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Estradas bloqueadas na Bulgária em protesto contra fecho de centrais a carvão

Centenas de mineiros e trabalhadores da energia bloquearam hoje estradas na Bulgária em protesto contra planos governamentais de eliminar gradualmente a produção de eletricidade a partir do carvão até 2038, noticiou a rádio pública BNR.

Estradas bloqueadas na Bulgária em protesto contra fecho de centrais a carvão
Notícias ao Minuto

11:12 - 02/10/23 por Lusa

Mundo Bulgária

Os bloqueios afetam sobretudo estradas no centro e sul do país, onde se situam minas e centrais elétricas a carvão, que cobrem até 60 por cento da procura de eletricidade dos búlgaros.

Os primeiros bloqueios ocorreram na sexta-feira, um dia antes de o Governo do pró-europeu Nikolay Denkov ter enviado à Comissão Europeia os planos para uma "transição justa" na área da energia, que inclui o abandono gradual das centrais elétricas a carvão.

A Bulgária espera receber 1.800 milhões de euros de fundos da União Europeia (UE) para fazer a transição verde nas regiões carboníferas sem perder postos de trabalho.

Os sindicatos dos trabalhadores do carvão rejeitam os planos, querem que as centrais a carvão continuem a funcionar em pleno, pelo menos até 2038, e exigem que o Governo os renegocie com Bruxelas, segundo a agência espanhola EFE.

Num comunicado divulgado no domingo, após uma recusa dos manifestantes em participar em conversações na sede do Governo, Denkov disse que nos documentos enviados para Bruxelas "está claramente indicado que as centrais térmicas funcionarão até 2038".

"E, embora não haja datas fixas para o seu encerramento, passo a passo, algumas delas sairão do sistema energético, porque deixará de ser economicamente possível que funcionem", disse o primeiro-ministro búlgaro.

O Governo prometeu uma indemnização de 36 salários a todos os trabalhadores que perderem ou abandonarem voluntariamente o emprego no setor do carvão.

"Se alguém vos disser que vão continuar a fazer o que têm feito nos últimos 20 anos, então está a mentir-vos", disse hoje o ministro das Finanças, Asen Vasilev, aos manifestantes.

Vasilev defendeu que "o que tem funcionado até agora não pode continuar", porque os preços são impostos pelo mercado e não pelo Governo.

"Enquanto o mercado pagar 90 euros por tonelada de carvão, não haverá forma de a eletricidade das minas ser competitiva. Esta profissão tem um futuro até 2038 com rendimentos decrescentes", acrescentou.

Além das centrais a carvão, os búlgaros consomem ainda eletricidade produzida pela central nuclear de Kozloduy, no rio Danúbio, situada a 180 quilómetros a norte de Sofia, junto à fronteira com a Roménia.

O vice-ministro da Energia, Krassimir Nenov, disse à rádio nacional búlgara que a energia nuclear é fundamental para o futuro do país.

"O Governo está a trabalhar para construir novas capacidades nucleares na central nuclear de Kozloduy, com uma nova unidade nuclear com uma capacidade de um gigawatt (GW) a entrar em funcionamento até 2035", disse Ninov.

Uma outra unidade nuclear de 1 GW deverá começar a funcionar "alguns anos mais tarde", acrescentou.

Leia Também: Bulgária adia por mais um ano fim de importação de petróleo russo

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