"Estes milicianos apareceram de repente e mataram 17 pessoas, todas elas agricultores, e raptaram outras", que trabalhavam nos campos, declarou à agência EFE o coordenador do movimento "Allez-y-les FARDC" ("Vamos, FARDC"), Jean Jacques Openji, que apoia as ações das Forças Armadas da RDCongo (FARDC).
Os autores do ataque na aldeia de Balingina, na chefia de Walese Vonkutu, ainda não foram identificados.
"Não sabemos se foram as milícias Maï-Maï [como são designados os grupos populares armados de auto-defesa] ou as Forças Democráticas Aliadas (FDA), que têm uma forte presença aqui e atacam civis praticamente todos os dias", disse Openji.
Situada a poucos quilómetros de Komanda, Balingina foi atacada várias vezes pelos rebeldes das FDA, que surgiram no Uganda, país vizinho, o que obrigou a evacuar a aldeia em diversas ocasiões.
Os objetivos das FDA não são claros, para além de uma possível ligação ao grupo Estado Islâmico, que por vezes reivindica a responsabilidade pelos ataques do grupo armado que atua na RDCongo, país que faz fronteira com Angola.
Os peritos do Conselho de Segurança da ONU não encontraram provas de apoio direto do Estado Islâmico às FDA, mas os Estados Unidos identificaram-na, desde 2021, como uma "organização terrorista" afiliada ao grupo extremista.
As autoridades do Uganda acusam o grupo de organizar ataques dentro do seu território, como o de 16 de junho, em que pelo menos 42 pessoas foram mortas, incluindo 37 estudantes, num ataque a uma escola no distrito de Kasese (a oeste).
Para combater as FDA, os exércitos da RDCongo e do Uganda iniciaram, em novembro de 2021, uma operação militar conjunta em solo congolês, que ainda está em curso, mas os ataques dos rebeldes não cessaram.
Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU na RDCongo (MONUSCO), com cerca de 16 mil efetivos uniformizados no terreno.
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