Iémen. UE aplaude fim de transferência de petróleo de navio encalhado
A União Europeia (UE) aplaudiu o fim das operações de transferência de mais de um milhão de barris de petróleo de um navio encalhado ao largo da costa do Iémen, garantindo que é "fundamental" para evitar uma catástrofe ambiental.

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Mundo Iémen
O porta-voz da UE, Peter Stano, disse hoje, em comunicado, que "a transferência bem-sucedida dos cerca de 1,14 milhões de barris de petróleo bruto é fundamental para evitar uma catástrofe ambiental iminente no Iémen e no Mar Vermelho".
O petroleiro 'FSO Safer', de 47 anos e há muito descrito como uma "bomba-relógio", não teve qualquer manutenção durante o tempo em que esteve encalhado, nos oito anos de guerra no Iémen entre os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, e o exército governamental, apoiado pela Arábia Saudita.
Segundo Stano, as operações são um "testemunho" de que a cooperação entre as partes em conflito, juntamente com os parceiros internacionais e as Nações Unidas, é possível. "A União Europeia contribuiu com três milhões de euros para apoiar o plano de luta contra a ameaça ambiental representada pelo petroleiro", acrescentou.
Na sexta-feira, a ONU, num comunicado, relembrava que o navio ameaçava explodir a qualquer momento ao largo de Hodeida, no oeste do país e junto ao Mar Vermelho.
"O secretário-geral [da ONU, António Guterres] congratula-se com a trasfega de petróleo do navio FSO Safer para o navio de substituição, que foi concluída hoje em segurança, evitando o que poderia ter sido um desastre ambiental e humanitário monumental", lê-se no comunicado.
Achim Steiner, chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) que esta foi a etapa "essencial" da operação de resgate realizada no navio-tanque 'FSO Safer'.
"[A operação de trasfega] elimina a ameaça iminente e imediata que se tinha tornado o centro das atenções do mundo: um petroleiro que se pode partir ou explodir no Mar Vermelho", frisou.
A ONU advertiu, no entanto, que mesmo com a remoção da carga petrolífera, o navio, que ainda está em risco de se partir, "constituirá uma ameaça [...] para o ambiente" devido aos resíduos de petróleo.
A próxima fase da operação de salvamento consistirá em limpar os tanques do 'FSO Safer' e prepará-lo para o reboque e consequente demolição, operação que deverá demorar "entre duas e três semanas", disse Steiner.
Uma maré negra teria causado estragos na flora e na fauna, nas aldeias piscatórias e nos portos vitais do Iémen, um país já mergulhado numa das piores crises humanitárias do mundo em consequência da guerra.
Uma tal catástrofe poderia igualmente perturbar o tráfego marítimo internacional entre o estreito de Bab al-Mandeb e o canal do Suez, que conduz ao Mediterrâneo.
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