"As feridas da recente guerra ainda estão abertas e, mais uma vez, a vida das crianças está em risco", afirmou Xavier Joubert, diretor nacional da Save the Children na Etiópia, num comunicado.
Joubert apelou a que se dê prioridade à segurança dos civis e a que se permita que a ajuda humanitária chegue aos necessitados, incluindo as 580.000 pessoas já deslocadas por conflitos anteriores.
"Temos de proteger as crianças vulneráveis da violência, da deslocação, da fome e dos abusos, e é imperativo garantir às famílias vulneráveis a segurança e o acesso sem entraves à ajuda humanitária essencial", acrescentou o responsável da organização não-governamental (ONG), referindo que a região enfrenta "uma escalada alarmante do conflito".
As tensões entre Amhara e o Governo federal etíope começaram a aumentar, sobretudo a partir de abril, quando o Governo central decidiu dissolver a milícia Fano, apoiada pelas autoridades etíopes, e outras forças militares etíopes, integrando-as no exército ou na polícia federal.
A violência eclodiu no final de julho nas províncias de East Gojam e Wollo North, ambas em Amhara.
Em resposta às hostilidades, Adis Abeba declarou o estado de emergência em 04 de agosto, pouco depois de o presidente de Amhara, Yelikal Kefale, ter pedido mais ajuda às autoridades centrais para fazer face à crescente "insegurança" na região, distanciando-se assim das milícias.
Fano participou como aliado das tropas federais na guerra de dois anos entre Adis Abeba e a região norte de Tigray, até à assinatura de um acordo de paz em novembro passado.
Leia Também: Exército etíope recupera terreno contra as milícias na região de Amhara