Miguel Sousa Tavares, de 73 anos, reagiu, na noite de segunda-feira, às acusações que lhe têm sido feitas depois de o diretor-adjunto do Correio Manhã, Armando Esteves Pereira, ter escrito no jornal que Teresa Caeiro, que morreu na quinta-feira, 14 de agosto, foi vítima de violência doméstica ao longo do seu "casamento".
"Acho extraordinário que tenham escrito o que escreveram, em tanto lado e por tanta gente, sem nunca terem falado comigo. Não me ligaram, como não ligaram à família e amigos da Teresa", lamentou o escritor ao 24Horas.
Sobre as tácitas acusações levantadas, Miguel Sousa Tavares garante apenas que vai levar o caso a tribunal, para defender a sua honra e a da ex-deputada do CDS.
"Vou fazer o que tenho de fazer, não só para defender a minha honra, mas também a memória da Teresa", atirou.
Também ontem a família de Teresa Caeiro emitiu um comunicado no qual nega que a antiga deputada do CDS tenha sido vítima de violência.
Na nota, os familiares garantem que a também antiga vice-presidente da Assembleia da República "nunca foi vítima de violência doméstica."
"A família da Teresa lamenta profundamente e repudia os rumores e falsidades que circulam sobre a sua vida pessoal e íntima. A Tegui, como carinhosamente lhe chamamos, nunca foi vítima de violência doméstica. A família pede neste momento decoro, contenção e que a sua memória seja respeitada", lê-se no comunicado, assinado pelo pai, mãe, filho e irmã.
O burburinho de que Teresa Caeiro sofria de violência doméstica começou depois de o diretor-adjunto do Correio Manhã, Armando Esteves Pereira, ter escrito no jornal que a ex-parlamentar tinha tido "um casamento abusivo, em que foi vítima de bárbaras agressões".
"Nesse casamento perdeu grande parte da exuberância exterior, mas o mais grave foram as feridas interiores e o sofrimento que nunca mais acabou", escreveu ainda Armando Esteves Pereira.
Apesar de nunca dizer o nome de Miguel Sousa Tavares, foram muitos os dedos apontados contra o comentador da TVI, uma vez que Teresa Caeiro só foi casada uma vez, entre 2011 e 2017, e precisamente com ele.
"Marca de humanismo"
Teresa Caeiro morreu na quinta-feira aos 56 anos. Há cerca de três semanas, desfiliou-se do CDS, justificando desacordo com o caminho que a liderança do partido estava a seguir. Tinha também, há pouco mais de uma semana, demonstrado o seu apoio à candidatura presidencial de Luís Marques Mendes.
Segundo escreveu o Jornal de Notícias, na altura em que a morte foi conhecida, a antiga deputada foi encontrada sem vida pelo filho de 19 anos em casa.
Teresa Caeiro foi eleita deputada pela primeira vez em 2002 e, no ano seguinte, integrou o Executivo de Durão Barroso como secretária de Estado da Segurança Social, e, posteriormente, o de Pedro Santana Lopes.
Após sair do Parlamento, trabalhou como jurista na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Foram muitas as reações à morte de Teresa Caeiro, desde vários políticos a outras personalidades, sendo lembrada como alguém que deixou na democracia uma "marca de humanismo" e que entregou "grande parte da sua vida à causa pública."
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