"Diria que nas próximas duas semanas saberemos de uma forma ou de outra. Depois disso, talvez tenhamos de adotar uma abordagem diferente", disse o Presidente dos Estados Unidos (EUA) durante uma entrevista telefónica ao apresentador de rádio conservador Todd Starnes, sem entrar em pormenores, quando questionado sobre a possibilidade de paz no conflito que dura há mais três anos.
Trump, que pretende reunir os homólogos ucraniano e russo na mesma mesa, encontrou-se na sexta-feira no Alasca com o Presidente russo, Vladimir Putin, e com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Washington na segunda-feira.
Na sequência da última reunião, que incluiu também vários líderes europeus, Donald Trump disse que estava a preparar uma reunião bilateral entre os chefes de Estado russo e ucraniano, a que se seguiria uma cimeira a três com ele próprio.
Zelensky insistiu hoje, numa publicação nas redes sociais que, "neste momento, os sinais enviados pela Rússia são simplesmente indecentes".
"Estão a tentar evitar a necessidade de organizar uma reunião", acrescentou no seu discurso à nação, em que vincou que existem atualmente dois formatos possíveis para construir pontes com Moscovo: uma reunião bilateral entre os dois presidentes e uma cimeira a três envolvendo Trump.
Na quarta-feira à noite, a Rússia lançou um ataque maciço contra a Ucrânia, utilizando 574 drones e 40 mísseis, de acordo com a força aérea ucraniana, o número mais elevado desde meados de julho.
Na localidade de Mukachevo, no sudeste da Ucrânia e perto da fronteira com a Hungria e a Eslováquia, um projétil caiu nas instalações de uma empresa fabricante de eletrodomésticos, de propriedade norte-americana.
"Era uma empresa civil normal, apoiada por investimentos americanos, que produzia objetos de uso diário, como máquinas de café e, mesmo assim, também foi alvo dos russos. Isso diz muito", disse Zelensky sobre o ataque, no qual, segundo as autoridades, ficaram feridos 15 funcionários que trabalhavam no turno da noite.
Perante este cenário, voltou a apelar aos parceiros internacionais de Kiev para que mantenham a "pressão" sobre Moscovo e prometeu que o governo e as forças armadas ucranianas continuarão a fazer "tudo o que for necessário" para proteger o território e a sua população.
Neste sentido, salientou que Trump "tem toda a razão" quando diz que não se pode ganhar a guerra "apenas defendendo-se", horas depois de o Presidente norte-americano ter sugerido à Ucrânia para "jogar ao ataque" contra a Rússia se quiser ter alguma hipótese de vitória.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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