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EUA. Estudante que se sentou no lugar de Pence condenado a um ano

Jovem foi um dos primeiros a entrar na câmara do Senado, abrindo a porta a outros apoiantes de Donald Trump durante o ataque ao Capitólio.

EUA. Estudante que se sentou no lugar de Pence condenado a um ano
Notícias ao Minuto

20:52 - 26/07/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Ataque ao Capitólio

Um jovem estudante norte-americano que ficou conhecido por se sentar no lugar do vice-presidente Mike Pence, durante a invasão ao Capitólio, em janeiro de 2021, foi condenado esta quarta-feira a um ano de prisão.

Bruno Joseph Cua, que já tinha 18 anos no momento do ataque, a 6 de janeiro de 2021, torna-se assim num dos condenados mais novos na sequência do ataque por apoiantes extremistas do antigo presidente dos EUA, Donald Trump.

No julgamento, ficou provado que o jovem, agora com 21 anos, planeou o seu ataque com muita antecedência, levando armas para o Capitólio, fazendo ameaças a deputados no Congresso e sendo agressivo com agentes da autoridade. "Cua desempenhou um papel único e proeminente no dia 6 de janeiro, abrindo a câmara do Senado aos motineiros, escalando os confrontos e encaminhando outros extremistas pelo Capitólio", afirmou ainda a acusação, que pedia uma pena de quase cinco anos.

O jovem estudante foi com os seus pais a Washington D.C., viajando a partir do estado da Geórgia e chegando no dia em que Donald Trump fez o seu comício, no qual apelou à marcha contra o Capitólio e pediu que os seus apoiantes travassem o processo de certificação dos resultados eleitorais, que deram a vitória a Joe Biden. Cua estava ainda armado com gás pimenta e um bastão de metal, dados pelo seu pai, e entrou no edifício do Senado pela janela.

Bruno Joseph Cua tentou depois abrir todas as portas pelo caminho, intimidando membros do staff com impropérios e ameaças, e chegou mesmo a empurrar um polícia que tentava fechar a porta da câmara do Senado. O agente acabou por ter de retirar e Cua entrou então no local, com as imagens a imortalizarem o momento em que o jovem se sentou na cadeira reservada para o vice-presidente do país e colocou os pés no tampo da sua mesa.

Logo a seguir, abriu a porta e, juntamente com dezenas de outros extremistas, vasculhou pelas secretárias dos senadores.

O jovem pediu desculpa pelas suas ações, e admitiu ao juíz Randolph Moss que a invasão no Capitólio foi "um ataque à democracia". "Tudo o que aconteceu naquele dia foram más decisões, umas a seguir às outras", afirmou.

O juiz condenou-o a um ano de prisão, além de mais três anos de liberdade supervisionada. Mas Moss admitiu que a pena não foi tão pesada porque, no início do mês, quando foi considerado culpado, as palavras de remorso de Cua soaram genuínas. "É um caso trágico para o país. Não há vencedores aqui", lamentou o magistrado.

Cua é um de seis detidos que nasceram no ano de 2002, segundo confirmou a Associated Press junto da procuradoria o distrito de Columbia, onde fica a capital dos EUA, Washington D.C. Pelo menos cinco das pessoas detidas no âmbito do ataque são mais novas que o réu, duas dos quais evitaram penas de prisão e foram condenadas a trabalho comunitário.

A defesa do jovem adolescente argumentou que a sua idade devia ser um atenuante, e os seus advogados defenderam que as suas ações "refletiram a imaturidade e os efeitos que uma multidão tem numa jovem pessoa". Mas a acusação contra-argumentou, apontando que Cua já tinha 18 anos e pessoas com essa idade "são confiadas com muitas responsabilidades importantes e deveres, como votar, alistar no exército, assinar um contrato e servir num júri".

Mais de mil pessoas já foram acusadas de crimes federais relacionados com o ataque do dia 6 de janeiro de 2021, no qual apoiantes extremistas de Donald Trump, fomentados pelas teorias da conspiração do ex-presidente, invadiram o Capitólio para tentar impedir o processo eleitoral. Várias pessoas morreram nesse dia, tanto polícias como manifestantes, e o antigo líder do país está a ser investigado pelo seu papel no incentivo à violência e ao motim.

Já mais de 600 pessoas foram condenadas, com mais de metade a ficar obrigado a cumprir penas que vão desde os três dias aos 18 anos.

Leia Também: Condenado a mais de 4 anos por agredir polícia com bandeira no Capitólio

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