Jornalistas em Hong Kong lançam portal financiado por anónimo

Ex-funcionários do Channel C, meio de comunicação independente de Hong Kong, anunciaram o lançamento de um portal de notícias financiado por um anónimo, conhecido como "cavaleiro branco".

Hong Kong Journalists Group Chief Ronson Chan trial verdict

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Lusa
11/07/2025 06:44 ‧ há 4 horas por Lusa

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Hong Kong

O lançamento do Channel We, de acordo com os criadores, vai continuar a oferecer serviços como cobertura noticiosa, transmissões em direto e reportagens centradas na vida dos residentes de Hong Kong, no espírito dos meios de comunicação independentes que foram encerrados nos últimos anos.

 

Ronson Chan, ex-presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong e antigo membro do extinto Stand News, sublinhou na rede social Facebook o compromisso da equipa com "reportagens imparciais e transmissões em direto" como um símbolo de resiliência e adaptação.

O Channel We publicou o primeiro artigo na quinta-feira, em redes sociais, como Facebook, Instagram e Threads, sobre a libertação de Chung Pui-kuen, antigo chefe de redação do Stand News, depois de cumprir uma pena de um ano e nove meses por sedição.

O projeto, escreveu a agência de notícias Efe, procura preencher o vazio deixado pelo encerramento de meios de comunicação independentes como o Apple Daily e o Stand News, que foram obrigados a cessar a atividade, na sequência da aplicação da lei da segurança nacional em 2020.

A legislação, imposta por Pequim após uma vaga de protestos antigovernamentais em 2019, veio restringir a liberdade de imprensa e levou à detenção de jornalistas, bem como ao encerramento de escritórios de organizações como a Radio Ásia Livre, por questões de segurança, continua a agência de notícias.

O termo "cavaleiro branco" refere-se ao benfeitor anónimo que forneceu os fundos necessários para lançar o Channel We, após mais de dois meses de esforços da equipa.

Embora a identidade não tenha sido revelada, o apoio foi fundamental para ultrapassar as dificuldades financeiras enfrentadas pelos meios de comunicação social independentes, ainda de acordo com a Efe.

O Channel C, fundado em julho de 2021 por antigos funcionários do Apple Daily - jornal pró-democracia de Jimmy Lai encerrado sob pressão - suspendeu as atividades em abril deste ano, na sequência da detenção de um executivo da empresa-mãe, por alegadamente ter defraudado um programa de empréstimos do Governo de Hong Kong, cidade vizinha de Macau.

O meio de comunicação social, com foco na produção de vídeo, deve a 29 membros da redação 660 mil dólares de Hong Kong (cerca de 72 mil euros) em salários, contribuições para pensões e outras despesas, informou hoje o portal de notícias Hong Kong Free Press.

A lei de segurança nacional de 2020 e o decreto de salvaguarda da segurança nacional, redigido localmente, punem atos como traição, insurreição, sabotagem, interferência externa, sedição, roubo de segredos de Estado e espionagem, com penas que podem ir até à prisão perpétua.

Organizações de defesa dos direitos humanos, as Nações Unidas e alguns países ocidentais criticam estas normas por serem vagas e regressivas, enquanto as autoridades de Hong Kong e da China defendem a legislação como necessária para combater a interferência estrangeira e colmatar as "lacunas legais", após as manifestações, por vezes violentas, de 2019.

Leia Também: Hong Kong detém 4 pessoas, incluindo menor, por atividades subversivas

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