Meteorologia

  • 03 MAIO 2024
Tempo
12º
MIN 10º MÁX 19º

EUA acusam partido no poder de impedir eleições livres no Camboja

Os Estados Unidos acusaram hoje o partido no poder no Camboja, que reivindicou a vitória nas legislativas de domingo, realizadas sem qualquer oposição real, de "sufocar os adversários" e não permitir eleições "livres ou justas", anunciando sanções.

EUA acusam partido no poder de impedir eleições livres no Camboja
Notícias ao Minuto

20:53 - 24/07/23 por Lusa

Mundo Camboja

O Partido do Povo Cambojano (PPC), do líder autocrático Hun Sen, conquistou 120 dos 125 assentos disponíveis nas eleições de domingo, de acordo com resultados preliminares.

O governante, de 70 anos, está no poder há 38 anos e adiantou que planeia passar o cargo de primeiro-ministro ao seu filho mais velho, Hun Manet, de 45 anos, que é chefe do Exército do Camboja e conquistou o seu primeiro lugar enquanto parlamentar nestas eleições.

A transferência faz parte do que se espera que seja uma ampla mudança geracional nas posições de topo do partido, noticiou a agência Associated Press (AP).

Embora ainda não seja claro quando é que Hun Manet pode assumir o lugar, Hun Sen sugeriu que a mudança pode ocorrer no próximo mês.

O primeiro-ministro do Camboja realçou hoje, através da rede social Facebook, que "o povo cambojano expressou claramente a sua vontade através dos votos".

Em 2013, o Partido de Resgate Nacional Cambojano, da oposição, perdeu por uma pequena margem nas urnas e, desde então, Hun Sen perseguiu os líderes daquele partido, que acabou dissolvido em tribunal.

Antes das eleições deste domingo, o sucessor não oficial do Partido de Resgate Nacional Cambojano, conhecido como Candlelight Party, foi impedido pelo Comité Nacional de Eleições, por um tecnicismo, de participar no ato eleitoral.

Os EUA e outros países ocidentais, assim como a União Europeia (UE) recusaram-se a enviar observadores para as eleições, alegando falta de condições para serem consideradas livres e justas.

Por outro lado, a Rússia e a China estiveram entre as nações que enviaram observadores.

O Departamento de Estado norte-americano revelou hoje que "tomou medidas" para impor restrições de visto a "pessoas que minaram a democracia e implementaram uma pausa nos programas de assistência externa".

"As autoridades cambojanas envolveram-se num padrão de ameaças e assédio contra a oposição política, os 'media' e a sociedade civil que minaram o espírito da constituição do país e as obrigações internacionais do Camboja", frisou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Michael Greenwald, porta-voz da Embaixada dos EUA em Phnom Penh, referiu hoje que as restrições de visto serão impostas a pessoas envolvidas em "ameaças e assédio à oposição política, 'media' e sociedade civil", mas não especificou quem ou quantos indivíduos serão afetados.

A diplomacia norte-americana instou ainda o partido no poder a utilizar o novo mandato para restaurar a "genuína democracia multipartidária".

As eleições deste domingo registaram uma participação média superior a 84,2% ou mais de 8,1 milhões de pessoas, segundo dados oficiais.

Ao longo do dia eleitoral, os opositores no exílio publicaram nas redes sociais dezenas de fotografias de votos riscados com um grande "X" que supostamente terão sido depositados nas urnas por eleitores que pretendem manifestar o seu descontentamento e boicotar as eleições.

Além do PPC, outras 17 pequenas plataformas sem estrutura nacional participaram nas eleições, o que, segundo ativistas críticos ao presidente, serviu para dar às eleições uma falsa aparência multipartidária.

Leia Também: Partido do primeiro-ministro do Camboja reivindica vitória nas eleições

Recomendados para si

;
Campo obrigatório