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Diplomata de Trinidad e Tobago eleito próximo presidente da AG da ONU

O diplomata de Trinidad e Tobago Dennis Francis foi hoje eleito, por aclamação, como próximo presidente da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a sua 78.ª sessão, que terá início no próximo mês de setembro.

Diplomata de Trinidad e Tobago eleito próximo presidente da AG da ONU
Notícias ao Minuto

15:56 - 01/06/23 por Lusa

Mundo ONU

Com uma carreira diplomática de aproximadamente 40 anos - o que o torna no embaixador mais antigo do seu país - Dennis Francis foi o único nome a disputar o cargo, para o qual a sua visão assenta em quatro princípios: "Paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade".

Dennis Francis substituirá o húngaro Csaba Korosi, eleito em 2022 e que permanecerá no cargo até setembro, num mandato guiado pelo lema "Soluções através da solidariedade, sustentabilidade e ciência".

A eleição de hoje seguiu a rotação regional estabelecida, que para este ano determinou a escolha de um candidato do grupo de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

Num discurso emocionado e com foco no poder da educação, Dennis Francis defendeu o "empoderamento das pessoas, em todos os lugares, através da eliminação das correntes que restringem o seu crescimento e independência e negam qualquer possibilidade de criar o seu próprio sucesso".

"Nunca me ocorreu que me encontraria como presidente da Assembleia-Geral da ONU. (...) Mas estou consciente da sensibilidade e do peso da responsabilidade. É minha esperança criar, com o vosso apoio, uma atmosfera renovada de conciliação, cooperação e compromisso compartilhado para enfrentar os muitos desafios e aproveitar todas as oportunidades, por mais emergentes que sejam", disse, perante o corpo diplomático presente da Assembleia-Geral, em Nova Iorque.

Em oposição à "opressão, injustiça e discriminação racial", o presidente eleito da Assembleia-Geral assegurou que será guiado pelos princípios do "amor à liberdade, fé suprema, dignidade e valor da pessoa humana e crença no valor da cooperação".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também esteve presente na sessão, na qual agradeceu a "habilidade diplomática" e "dedicação" de Csaba Korosi ao longo do seu mandato, admitindo que sentirá falta dos "conselhos e orientações" do diplomata húngaro, e felicitou Dennis Francis pelo cargo, para o qual levará uma "ampla gama de habilidades, experiência e conhecimento".

"Francis chega num momento profundamente desafiador para a família humana: conflitos e caos climático; escalada da pobreza, da fome e da desigualdade; desconfiança e divisão. Enquanto isso, o nosso roteiro para um futuro melhor -- a Agenda 2030 -- está em perigo. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estão a ficar fora de alcance. Em todas essas questões, o mundo espera que esta Assembleia una os Estados-membros em torno de soluções comuns", disse Guterres.

"Esperamos que o presidente eleito leve adiante o tema da sua presidência -- Paz, Prosperidade, Progresso e Sustentabilidade -- no próximo ano e que reúna esta Assembleia para fortalecer a cooperação global neste momento difícil", acrescentou.

Também Korosi manifestou confiança na vasta experiência do diplomata eleito e na sua "perspetiva única vinda de um pequeno Estado insular em desenvolvimento".

Nos quase 100 dias de mandato que ainda tem pela frente, Korosi indicou que ainda tem muito trabalho pela frente e prometeu "uma transferência bem-sucedida e progresso contínuo nas muitas questões importantes atualmente na agenda das Nações Unidas".

A Assembleia-Geral é o órgão onde os 193 Estados-membros da ONU se sentam em pé de igualdade e tem uma função exclusivamente representativa, uma vez que o verdadeiro poder é exercido pelo Conselho de Segurança, onde são membros permanente cinco grandes potências - os Estados Unidos, a China, a Rússia, o Reino Unido e a França -- que têm o direito de veto.

Contudo, desde o início da guerra na Ucrânia - em fevereiro de 2022 - e face aos vetos impostos por Moscovo, a Assembleia-Geral desempenhou um papel preponderante em várias ocasiões, quando votou resoluções que condenaram a Rússia pela invasão da Ucrânia.

Exigidas por vários países ocidentais face à inação do Conselho de Segurança, estas votações na Assembleia serviram para evidenciar o relativo isolamento da Rússia na comunidade internacional.

Os poderes do presidente da Assembleia-Geral incluem a supervisão do orçamento da ONU, a nomeação dos membros não-permanentes para o Conselho de Segurança e a condução do processo de nomeação do secretário-geral da ONU.

Outras atribuições incluem receber relatórios de outras áreas das Nações Unidas, fazer recomendações na forma de resoluções, bem como estabelecer vários órgãos subsidiários.

O professor catedrático e político português Diogo Freitas do Amaral foi presidente da 50.ª Assembleia-Geral da ONU entre setembro de 1995 e setembro de 1996.

A 78.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU terá início no próximo mês de setembro.

Leia Também: Assembleia-Geral da ONU elege novo presidente na quinta-feira

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