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Sudão. Al-Burhan aparece em público pela 1.ª vez desde início de combates

O líder do exército sudanês, Abdel Fattah al-Burhan, foi hoje visto pela primeira vez em público desde o início do conflito contra o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), em 15 de abril.

Sudão. Al-Burhan aparece em público pela 1.ª vez desde início de combates
Notícias ao Minuto

20:46 - 17/05/23 por Lusa

Mundo Sudão

Al-Burhan apareceu vestido com o seu uniforme militar, com a sua arma pessoal e a inspecionar soldados no Comando-geral do Exército em Cartum, de acordo com fotos e vídeos divulgados pelas forças armadas na rede social Facebook.

Num dos vídeos, o chefe do exército sudanês surge a inspecionar as forças terrestres perto do aeroporto da capital, rodeado por um grande número de soldados que o aplaudem.

Tanto o edifício do quartel-general do exército como a área em redor do aeroporto de Cartum, onde Al-Burhan surgiu em público, têm sido locais de violentos confrontos desde o início do conflito, com ambos os lados a disputarem o controlo.

O edifício em causa é a casa de hóspedes onde reside habitualmente o comandante-em-chefe das Forças Armadas e onde viveu em tempos o Presidente deposto, Omar al-Bashir.

Al-Burhan está a consolidar terreno nas imediações do aeroporto, uma vez que as RSF controlam muitas instituições vitais, incluindo o aeroporto, a universidade e o palácio presidencial, desde os primeiros dias de combate, enquanto o exército as acusa de desalojar hospitais e de expulsar civis das suas casas para se esconderem dos bombardeamentos aéreos.

As partes beligerantes acusam-se mutuamente de terem posto em causa tréguas sucessivas, a última das quais foi um período de sete dias patrocinado pelo Sudão do Sul, que terminou na passada quinta-feira, enquanto estão a decorrer conversações na Arábia Saudita entre representantes do exército e das RSF para chegar a acordo sobre uma trégua humanitária de 10 dias.

Os efeitos da guerra caem sobretudo sobre a população civil, tendo hoje a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciado que mais de um em cada dois sudaneses precisa de ajuda humanitária.

Hoje, os combates ainda abalavam as casas de vários bairros de Cartum, uma capital com ruas desertas, de onde subia um espesso fumo negro.

Após um mês de combates que causaram a morte de pelo menos 822 pessoas e cerca de 3.200 feridos, cerca de 750 mil deslocados e 220 mil refugiados, a ONU aumentou os seus apelos a fundos, afirmando que necessita de 2,6 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) para ajudar o Sudão.

"Atualmente, 25 milhões de pessoas - mais de metade da população do Sudão - necessitam de assistência humanitária e de proteção", declarou o chefe dos assuntos humanitários da ONU, Ramesh Rajasingham.

Além disso, são necessários quase 500 milhões de dólares (461 milhões de euros) para ajudar os refugiados que fugiram para os países vizinhos.

Segundo as previsões da ONU, o número de refugiados será superior a um milhão este ano.

Leia Também: Sudão: Número de pessoas que necessitam de cuidados médicos aumentou 57%

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