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Tony Blair e Ahern aumentam pressão sobre unionistas da Irlanda do Norte

Os antigos primeiro-ministros Tony Blair (Reino Unido) e Bertie Ahern (Irlanda) exortaram hoje o Partido Democrata Unionista (DUP) a restaurar o governo e assembleias regionais na Irlanda do Norte, suspensas desde o ano passado. 

Tony Blair e Ahern aumentam pressão sobre unionistas da Irlanda do Norte
Notícias ao Minuto

19:27 - 17/04/23 por Lusa

Mundo Irlanda do Norte

"Sabemos que a paz não é perfeita, sabemos que as instituições têm sido muitas vezes instáveis, como estão hoje. E sabemos que ainda há muita desconfiança e desconfiança entre as comunidades", reconheceu Blair, durante uma conferência para comemorar o 25.º aniversário do acordo de paz de 1998. 

Porém, vincou o antigo líder do Partido Trabalhista, "a Irlanda do Norte é um lugar muito melhor do que era antes do Acordo". 

"A única coisa que eu diria aos líderes atuais é que penso que, quando recuarem e refletirem, sentem no coração o que é correto fazer e devem simplesmente seguir em frente e fazê-lo", declarou. 

Blair falava no painel de discussão que encerrou primeiro de três dias da conferência organizada pela universidade Queen's University Belfast. 

Outro dos oradores, o antigo chefe de governo irlandês Bertie Ahern, também exortou o DUP a levantar o boicote que está a bloquear a formação da assembleia e do governo, cujo modelo de partilha de poder precisa do apoio do principal partido unionista. 

O DUP opôs-se inicialmente ao acordo de paz que foi assinado em 1998 para encerrar o conflito na Irlanda do Norte, só aderindo mais tarde, em 2006, quando foi reformulado graças ao Acordo de St Andrews. 

Ahern apelou ao DUP para que "continue no caminho" atual, porque "a população da Irlanda do Norte precisa deles".

"As alternativas não são boas, nem sequer queremos pensar nelas", adiantou.

O antigo presidente dos Estados Unidos Bill Clinton recordou como decidiu arriscar fazer da paz na Irlanda do Norte uma prioridade, apesar das reservas dos assessores e administração norte-americana. 

"As pessoas achavam que éramos doidos por pensar que íamos conseguir. Gostava de vos dizer que estava tudo pensado, mas a verdade é que inventámos muito à medida que fomos avançando. Tivemos de improvisar", contou. 

Clinton disse que foi o enviado especial George Mitchell que "organizou os esforços" norte-americanos. 

O papel do antigo senador norte-americano, atualmente com 89 anos, em alcançar o acordo de paz foi hoje reconhecido com a inauguração de um busto na universidade de Belfast. 

O Acordo de Belfast, também conhecido por Acordo de Sexta-Feira Santa, ajudou a pôr fim à violência sectária entre católicos republicanos e protestantes pró-britânicos que causou cerca de 3.500 mortos e 40.000 feridos.

Porém, o aniversário foi ensombrado pelo boicote do DUP ao governo e assembleia regionais, suspensos desde 2022 em protesto contra o estatuto comercial da Irlanda do Norte no pós-Brexit.

A tensão política é acompanhada por um reforço das seguranças devido ao maior risco de atentados terroristas. 

Em fevereiro, um polícia foi vítima de uma tentativa de homicídio violenta em Omagh, cerca de 100 quilómetros a oeste da capital, Belfast, enquanto se encontrava fora de serviço.

Este foi reivindicado pelo grupo dissidente conhecido como "Novo IRA".

Esta manhã, Mitchell já tinha apelado ao DUP para desbloquear as instituições políticas da Irlanda do Norte criadas pelo acordo de paz. 

"Não é um sinal de fraqueza resolverem as vossas diferenças por meios democráticos e pacíficos. Pelo contrário, é um sinal de força e de sabedoria", vincou.

Leia Também: Hillary aconselha líderes da Irlanda do Norte a não tomarem paz como garantida

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