Sikorski é um "candidato forte" para chefe da diplomacia da União Europeia
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, considerou hoje que o seu homólogo polaco, Radoslaw Sikorski, é um dos "candidatos fortes" para liderar a política externa da União Europeia (UE), uma situação que depende da atual "situação complexa" da União.
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Mundo Machete
"É uma boa proposta, saber se depois há candidato compete ao ministro responder, e também depende muito de toda a situação complexa que vivemos neste momento", referiu o chefe da diplomacia lusa em conferência de imprensa conjunta com o ministro polaco, de vista oficial a Portugal.
"Mas é um candidato forte e nesse sentido, sem poder comprometer a posição portuguesa, evidentemente que preenche todas as condições para poder ser um dos candidatos fortes ao lugar", acrescentou Machete, e após diversos 'media' polacos terem assegurado que o primeiro-ministro, Donald Tusk, sugeriu Sikorski para o cargo de Alto Representante da União Europeia (UE) para a política externa.
Ao pronunciar-se sobre esta possibilidade, o responsável polaco foi comedido, e não evitou uma referência ao seu chefe de governo e líder do centro-direita liberal.
"O primeiro-ministro terá elogiado e minha pessoa, mas não foi uma proposta de candidatura. Foi apenas uma lista hipotética de responsáveis polacos que possam ser candidatos a cargos na Comissão Europeia, mas não foi a minha nomeação", disse.
E precisou: "À luz das últimas eleições europeias, penso que o Alto Representante vai ser um socialista. Neste momento a minha ambição é ajudar o primeiro-ministro Donald Tusk a ganhar a terceiras eleições na Polónia".
As recentes eleições europeias, as relações económicas bilaterais e a situação na Ucrânia dominaram o encontro entre os dois responsáveis, com o ministro polaco a demonstrar preocupação pelas "votações nos partidos de "extrema-direita", a sugerir que o projeto europeu "tem de ser salvo" e a assegurar que a Europa também "não fugirá a enfrentar" as diversas crises que correm na sua periferia, da Líbia e Mali à República Centro Africana.
No entanto, as relações económicas dominaram parte importante do encontro.
Após saudar os 25 anos "da revolução pacífica do Solidariedade" na Polónia, a transição para a democracia e a sua integração na UE e NATO, o chefe da diplomacia portuguesa confirmou que a Polónia é "um parceiro da maior importância para Portugal, do ponto de vista político e económico", e anunciou que neste âmbito "e pela primeira vez Portugal conseguiu em 2013 uma balança comercial superavitária".
Machete destacou a importância das principais empresas portuguesas presentes no mercado polaco, em particular nos setores bancário, energético e do retalho, e fez votos "que estas relações continuem a reforçar-se e que seja possível em breve registar significativos investimentos da Polónia em Portugal".
O governante português sublinhou ainda a relevância de futuros e eventuais investimentos polacos significativos em Portugal "nos setores da energia, exploração minera e setor portuário", e a "oportunidade de triangulações para podermos em comum explorar mercados terceiros, na América Latina e em África".
O significado das "interconexões energéticas" foi outro aspeto salientado, na perspetiva da ligação da Península Ibéria ao resto da Europa, um projeto "da maior transcendência para o progresso das nossas economias" e que evitará uma excessiva dependência energética da Rússia.
Na resposta, o homólogo polaco disse que os investimentos portugueses são sempre "muito bem-vindos", e congratulou-se com o apoio de Lisboa à proposta do primeiro-ministro polaco "sobre a necessidade de uma união energética na UE e diversificação consequente das fontes de fornecimento de energia, e mais concorrência a nível de preços".
Nesta perspetiva, Radoslaw Sikorski assegurou ainda que os dois países "vão cooperar para que os nossos fornecedores do leste e do sul consigam vender energia a preços baratos e diversificar e ajudar na segurança energética da UE".
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