Blinken é o primeiro chefe da diplomacia dos Estados Unidos da América (EUA) a visitar a antiga colónia francesa, uma base militar chave para as forças ocidentais na sua luta contra os extremistas islâmicos no Sahel.
Antes de se encontrar com o Presidente, Mohamed Bazoum, o secretário de Estado iniciou a visita ao país com um encontro com extremistas islâmicos arrependidos que beneficiam de um programa de reintegração, financiado pelos EUA e orçado em 20 milhões de dólares (18,8 milhões de euros).
No final do encontro, Blinken disse que este programa está prestes a oferecer aos antigos combatentes "uma melhor escolha".
No âmbito dos contactos políticos, espera-se que Blinken anuncie o reforço do apoio dos EUA ao Níger, um país sem litoral e considerado um dos mais pobres do mundo.
Na quarta-feira, na Etiópia, primeira etapa desta deslocação ao continente africano, Blinken disse que as suas viagens aos dois países faziam parte do compromisso do Presidente Joe Biden de "apostar a fundo em África com África".
"Isso significa que os EUA estão empenhados em parcerias profundas, recetivas e genuínas no continente", disse Blinken.
A administração Biden quer envolver-se mais para combater a crescente influência da China e - mais recentemente - da Rússia.
O Mali, um país vizinho do Níger e governado por militares golpistas, aproximou-se da Rússia e desistiu da aliança militar que mantinha com a antiga potência colonial, França, e os seus parceiros na luta contra o extremismo islâmico.
Os países ocidentais dizem que mercenários do grupo paramilitar russo Wagner estão no Mali, o que Bamaco nega, alegando não passarem de instrutores russos.
Em fevereiro, o Mali foi um dos seis países a apoiar a Rússia na votação contra uma resolução da Assembleia-Geral das Nações Unidas que instava Moscovo a retirar-se da Ucrânia no aniversário da invasão.
Outro dos vizinhos do Níger, o Burkina Faso, também governado por militares golpistas e enfrentando a violência extremista islâmica, também se aproximou da Rússia e exigiu a partida de 400 soldados das forças especiais francesas que estavam baseados em Ouagadougou.
Neste contexto, o Níger tornou-se um aliado fundamental para a França nos seus esforços militares na África Ocidental, mantendo cerca de 1.000 soldados estacionados nesta sua antiga colónia.
Os EUA também construíram e operam a Base 201 da Força Aérea no centro do país desértico, utilizada para pilotar 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados] para atacar e monitorizar os extremistas islâmicos.
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